IATA espera que o novo governo argentino favoreça “a concorrência entre companhias aéreas”

Peter Cerda, vice-presidente para a América Latina da Associação de Transporte Aéreo Internacional (IATA), expressou nesta terça-feira suas “esperanças” de que o recém-empossado governo argentino favoreça “a concorrência entre as companhias aéreas” e trabalhe de forma coordenada e conjunta com o setor aerocomercial.

Como informa o Aviacionline, durante a abertura do evento “Wings of Change”, que acontece em Santiago do Chile, Cerda destacou que “a indústria tem grandes esperanças de que o novo governo argentino proporcione um melhor ambiente operacional para as companhias aéreas, incentivando a concorrência e trabalhando em conjunto com o setor.”

O vice-presidente da IATA também destacou a importância da aviação e do turismo, afirmando que “estamos aliando esforços com a ONU” e detalhou que “segundo o WTTC, o turismo na América Latina representa 7,9% do PIB e mantém mais de 17 milhões de empregos. Prevemos que durante o primeiro semestre de 2024, a região receberá 12% a mais de visitantes internacionais em comparação com o mesmo período de 2019”.

Os anos da pandemia ficaram para trás e o setor turístico de nossa região está mais forte do que nunca. O turismo desempenha um papel chave na obtenção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente na redução da pobreza e contribuindo para um crescimento econômico sustentável e inclusivo. E o transporte aéreo fornece os vínculos vitais para o turismo regional, já que 90% de todos os turistas internacionais viajam de avião”, disse Cerda.

Ainda assim, Cerda ponderou que “é impressionante saber que 80% da população mundial nunca entrou em um avião. Nesta parte do mundo, os cidadãos da América Latina realizam, em média, 0,65 viagens por ano, ou seja, aproximadamente 1 viagem a cada dois anos. Se compararmos, os espanhóis fazem 4,56 viagens por ano e os americanos 2,5”. Ele reforçou que “apoiar o turismo é uma das muitas funções que a aviação cumpre. O transporte aéreo fornece a conectividade da qual dependem as grandes e pequenas comunidades de nossa região. A geografia favorece a aviação como o meio de transporte mais eficiente e seguro. Conectar localidades através das montanhas ou selvas é um desafio complicado para os trens ou ônibus. Hoje, a região está agora mais conectada do que nunca”.

Cerda concluiu que “as condições apropriadas ajudarão o setor a avançar. Queremos ajudar, mas também precisamos do apoio dos governos”. Ele identificou quatro prioridades para aproveitar plenamente os benefícios do transporte aéreo: (1) impostos, taxas e cobranças, (2) quadros regulatórios, (3) infraestrutura, e (4) sustentabilidade.

No que se refere aos impostos e taxas, ele mencionou a necessidade de justiça e equidade, destacando que a aplicação justa de impostos e taxas ajudará a indústria a se desenvolver de forma sustentável.

Sobre o quadro regulatório, ele enfatizou a necessidade de proporcionar consumo adequado e proteção para os passageiros. Além disso, ele discutiu a importância de infraestrutura adequada e medidas de sustentabilidade para garantir o crescimento a longo prazo do setor de aviação.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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