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Indústria coreana está preocupada com venda de aviões da Embraer para a força aérea local, afirma jornal

A venda do Embraer KC-390 para a Força Aérea da Coréia do Sul não agradou alguns fabricantes nacionais.

Divulgação – Embraer

A venda da aeronave Embraer KC-390 para a Força Aérea da República da Coreia, a ROKAF, foi uma grande vitória para a fabricante brasileira, que ainda não havia emplacado nenhum negócio do cargueiro militar na Ásia.

Esta vitória foi anunciada no final do ano passado e contribuiu para o balanço positivo da Embraer no ano, que espera em 2024 vender ainda mais aviões, principalmente o KC-390.

No entanto, ao mesmo tempo em que a compra foi anunciada pela Coreia, o setor e principalmente as indústrias coreanas questionaram a decisão, não por ser um avião brasileiro em si, mas sim por um projeto similar já estar sendo desenvolvido no país pela Korea Aerospace Industries, a KAI.

Esta fabricante é parcialmente estatal, sendo controlada por fundos do governo e também agências de crédito, similares ao brasileiro BNDES. A KAI está desenvolvendo o MC-X, que está na fase final de projeto básico e será um cargueiro militar que é um pouco maior que o KC-390, mas com capacidades similares para não falar iguais.

Outro ponto é que a KAI já tinha ventilado a possibilidade de fazer uma versão menor do MC-X, competindo frente à frente não apenas com o jato brasileiro mas também com o C-130 Super Hércules da americana Lockheed Martin.

E a decisão de ir por uma aeronave pronta e do exterior tem causado preocupação na indústria local, já que a KAI tem como maioria dos seus fornecedores indústrias locais, como a Samsung, Daewoo e Hyundai.

Segundo o portal KoreaPro analisa, a decisão pelo KC-390 traz “incerteza para o projeto MC-X”, que poderá ser preterido ou até cancelado por uma operação mais imediata e em conta, que é natural de aeronaves já amadurecidas como é o caso do jato da Embraer.

A preocupação da indústria coreana tem fundamento, já que a ROKAF opera apenas com aviões de transporte C-130 Hércules, sem ter uma segunda frota de um avião diferente como algumas forças aéreas de maior tamanho fazem.

Os detalhes do contrato com a Embraer não foram revelados, mas se espera que sejam ao menos 3 aviões vendidos inicialmente e segundo a fabricante brasileira também incluirá “um amplo pacote de cooperação com entidades locais, incluindo a fabricação de uma quantidade significativa de peças do C-390 Millennium por empresas parceiras coreanas e o desenvolvimento de um fornecedor local de MRO (Maintenance, Repair and Overhaul – Manutenção, Reparo e Revisão).”

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