Instituto pede R$ 50 milhões pelo caos causado após jatinho derrapar na pista em Congonhas

Learjet 75 que derrapou em Congonhas

A 21ª vara Federal de São Paulo (SP) recebeu uma ação coletiva ajuizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor e Trabalhador (Abradecont) contra a União, Infraero, Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a nova concessionária do Aeroporto de Congonhas e a Supermix Concreto S.A., proprietária do jato que causou um caos aéreo em outubro de 2022, após sofrer um incidente na pista do terminal e ocasionar cancelamento em massa de voos domésticos.

Conforme repercutido pelo AEROIN na época, o pneu do trem de pouso do Learjet 75, de matrícula PP-MIX, empresa de concreto, estourou durante a aterrissagem, levando a aeronave a ficar parada na cabeceira da pista por muitas horas.

Por conta do incidente com um avião de pequeno porte no aeroporto de Congonhas (SP), a pista de pouso e decolagem ficou interditada por nove horas em 9 de outubro, causando o cancelamento de quase 300 voos.

Segundo o site jurídico Migalhas, pelos danos causados aos consumidores, o Instituto Abradecont pede o pagamento de R$ 50 milhões em indenizações individuais e coletiva, assim como a condenação dos réus para executar “medidas necessárias para adequação do Aeroporto de Congonhas às normas que regulamentam a operabilidade, em especial quanto à infraestrutura e segurança, a fim de que não haja risco de dano aos consumidores“.

De acordo com Leonardo Amarante, especialista em Direito do Consumidor e ações coletivas, há anos técnicos alertam sobre questões nas pistas de pouso do aeroporto.

O aeroporto fica localizado em uma área delicada, dentro do perímetro urbano, em uma região de grande adensamento demográfico e sem área de escape. Isso significa que todo o entorno do aeroporto fique exposto ao alto fluxo de aterrissagens e decolagens“, destaca.

O advogado alerta ainda para o compartilhamento da pista principal com empresas de aviação executiva.

“Devemos questionar quais são as prioridades atualmente do interesse público: um jato particular que cabem seis pessoas ou os milhares de consumidores que viajam pelas diferentes companhias comerciais? Essa dinâmica de compartilhamento de pista prejudica a maioria dos consumidores“, reforça o especialista.

Informações do site jurídico Migalhas, publicado sob licença.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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