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Já se foram 20 anos desde que o Concorde deixou de voar em rotas comerciais

Há exatos 20 anos, no dia 24 de outubro de 2003, o mundo testemunhou o último voo comercial do famoso avião supersônico Concorde. Seu nascimento foi fruto de estudos realizados nas décadas de 1950 e 1960, quando finalmente se tornou realidade a aeronave com asa delta, impulsionada por quatro motores Olympus e com nariz ajustável para melhor visibilidade durante o pouso.

Apesar de sua engenharia impressionante, apenas 20 Concorde foram construídos, dos quais 18 ainda estão preservados. Várias questões impediram que mais unidades fossem produzidas, como o barulho causado pelas explosões sônicas, a eficiência de combustível em comparação com outras opções e a suspeita de protecionismo por parte de alguns setores.

O alto custo operacional e o preço das passagens fez com que as companhias aéreas se afastassem do Concorde, deixando somente a Air France e a British Airways, sucessora da BOAC, como as únicas responsáveis pelos voos comerciais da aeronave. Apesar disso, o avião reduziu em cerca de metade o tempo para fazer um voo transatlântico e introduziu inovações como o sistema analógico fly-by-wire.

O acidente fatal do voo Air France 4590 em 2000 foi um grande golpe para a reputação do Concorde, o que levou à suspensão de suas operações até o final daquele ano. Depois, ocorreu o ataque terrorista às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. Embora as operações comerciais tenham sido retomadas, o destino da aeronave já estava praticamente selado.

Em abril de 2003, a British Airways e a Air France anunciaram oficialmente que o Concorde seria aposentado, e no mesmo ano foi realizado o último voo comercial. A Airbus, que havia adquirido o fabricante original, também anunciou que não forneceria mais peças sobressalentes.

Mesmo com a oferta do fundador da Virgin Atlantic, Richard Branson, de comprar as aeronaves aposentadas, sem o apoio da Airbus, era impossível continuar a operar o Concorde. Além disso, a experiência de viagem, apesar do glamour e da velocidade, não era tão boa quanto oferecida pelas primeiras classes das aeronaves subsônicas.

Os certificados de aeronavegabilidade foram retirados e a maioria dos Concorde agora se encontra em museus, alguns dos quais criativos em suas exibições. O Museu Sinsheim, na Alemanha, por exemplo, apresenta tanto um Concorde da Air France quanto um Tupolev Tu-144 montados em posição de voo.

Um dos modelos mais icônicos preservados se encontra num pátio do aeroporto de Londres-Heathrow, à vista de passageiros e pilotos. Um lembrete para que os estão a bordo de uma aeronave subsônica, prestes a decolar para um longo voo de longa distância, de que as coisas nem sempre foram assim.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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