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Jatinho Embraer de falida corretora de criptomoedas está no meio de um impasse jurídico

O principal advogado da FTX Trading LTD, empresa de criptomoeda em processo de Chapter 11, requereu ao juiz do Tribunal de Falências de Nova York a devolução de dois aviões apreendidos, um jato executivo Legacy 600, de matrícula C6-BDE, e um Global Express 5000, registrado N410AT, aos liquidantes da FTX nas Bahamas, que teriam um “interesse superior” nos ativos.

Como foi relatado em primeira mão pelo Tribune Business, Ray e os liquidantes da FTX Digital Markets pediram ao juiz que devolvesse US$ 143 milhões apreendidos pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, bem como as duas aeronaves, para que os liquidantes nas Bahamas possam financiar a recuperação dos investidores e o pagamento às vítimas da falida bolsa de criptomoedas.

Ambos os aviões foram operados pela Island Air Capital, uma companhia aérea de fretamento nas Bahamas, de propriedade de Paul Aranha. A FTX financiou-os por meio de um “empréstimo sem juros não garantido”, conforme relatado pelo ch-aviation no início deste ano, por um custo total de US$ 27,4 milhões. A FTX e seu braço de negociação privada, a Alameda Research, também gastaram mais de US$ 4 milhões na atualização dos aviões.

Após o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, ter sido acusado em sete casos, incluindo fraude e lavagem de dinheiro, as autoridades dos EUA apreenderam todos os bens provenientes dos lucros rastreáveis aos delitos, incluindo as duas aeronaves.

O N410AT foi apreendido em fevereiro de 2023. Por sua vez, a Trans Island Airways (também de propriedade de Aranha) concordou em ceder a propriedade do C6-BDE em abril de 2024, em troca do reembolso das despesas realizadas para a manutenção dos aviões.

“A alteração da ordem preliminar de confisco para contemplar a devolução dos bens específicos aos devedores e/ou à FTX Digital Markets beneficiará todos os credores e partes interessadas nos processos de falência do Capítulo 11 dos Devedores e na liquidação da FTX Digital Markets nas Bahamas”, afirmou a defesa em seu pedido conjunto.

Atualmente, ambas as aeronaves estão sob custódia das autoridades dos EUA e podem ser leiloadas, com o valor arrecadado sendo usado para compensar as vítimas da FTX.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.