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Jato Embraer da Azul decola, mas volta para Campinas 20 minutos depois com o nariz amassado

Imagem: Armando Poyares

Neste sábado, 1º de abril, uma aeronave da Azul que partiu do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, com destino ao Galeão, no Rio de Janeiro, teve que retornar à origem após atingir uma ave após a decolagem. A colisão danificou o nariz da aeronave, um Embraer E195-E2 de matrícula PS-AEI.

Como mostram os dados da plataforma de rastreamento de voos Radarbox, a decolagem do voo AD-2843 aconteceu às 15h40 e o retorno às 16h. Após o pouso, os passageiros foram desembarcados. Nesse momento, eles tiveram a chance de ver o dano causado ao nariz da aeronave e filmar, como mostram as imagens cedidas pelo leitor Armando Poyares (abaixo, esperar carregamento).

Prejuízo de colisões com aves

Há um ano, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) informou que suas empresas aéreas associadas registraram perdas de cerca de R$ 110 milhões em 2021 com incidentes de colisão de aeronaves com aves, o chamado “bird strike”. No entanto, como nem todas as empresas brasileiras são associadas (a Azul, por exemplo), este número é ainda maior em termos gerais.

Em 2021, as associadas ABEAR registraram 692 colisões com fauna no entorno dos aeroportos (além de diversas aves, animais como antas também estão presentes nas áreas de segurança dos aeródromos), o que representa uma média de aproximadamente 2 colisões por dia. Desse total de ocorrências, 13% geraram danos às aeronaves.

A taxa média foi de 24,2 colisões a cada 10 mil decolagens, o que significou um aumento de cerca de 12% em relação a 2019, antes da pandemia. Em torno de 94% dos eventos registrados concentraram-se no aeroporto ou na chamada ASA (Área se Segurança Aeroportuária, um raio de 20 km a partir do centro da pista).

Como os aviões danificados tiveram de passar por manutenção e deixaram de voar, a estimativa é que esse tipo de evento impactou 40.793 passageiros em 2021.

Este fenômeno, um problema antigo para a aviação, se intensificou durante a pandemia. Isso ocorreu, entre outros motivos, porque a redução drástica do movimento favoreceu a proliferação de muitas espécies dentro dos sítios aeroportuários em todo o país, afirmou a ABEAR.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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