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Jornalista deu início a notícia falsa sobre “voo da bomba” da FAB

Uma informação sobre um voo de teste do avião presidencial da Força Aérea Brasileira (FAB) foi divulgada de maneira errônea por um jornalista, dando início a uma onda de compartilhamento no Twitter.

Pouco antes da virada do ano e da posse do presidente Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro voou do Brasil para Orlando no avião presidencial, o Airbus A319 de matrícula FAB-2101. Antes da partida da aeronave, no entanto, os pilotos fizeram um voo de testes e isso suscitou uma informação incorreta.

Como o AEROIN reportou em primeira mão à época, a aeronave fez um voo de teste no dia 29, e depois outro, no dia seguinte, o mesmo dia em que Bolsonaro embarcou para Orlando.

Voos de teste são corriqueiros na aviação, seja ela militar, comercial, executiva, experimental, esportiva e qualquer outra, mas uma informação incorreta veiculada pelo jornalista Rodrigo Rangel, do portal Metrópoles, acabou ganhando repercussão e gerou desinformação.

Segundo Rangel afirmou em seu Twitter, e que foi replicado por outros perfis, inclusive um famoso perfil de “fofocas”, o teste que precedeu ao último voo de Bolsonaro serviria para verificar se havia uma bomba a bordo e que isso seria algo corriqueiro.

A informação não procede, pois um avião não decola em caso de ameaça de bomba. Outro fato é que, se realmente existisse uma suspeita de bomba, as regras da aviação mandam isolar a aeronave e fazer uma inspeção minuciosa no solo, o que é algo recorrente e treinado no meio.

Realizar um voo para verificar se há uma bomba a bordo seria uma negligência da FAB, uma falta de compromisso com seus próprios militares e com a máquina de milhões de reais. No mais, uma tragédia como essa também geraria um caos no país e colocaria a segurança da aviação brasileira em cheque.

Por fim, o próprio histórico do avião mostra que não existe padrão de voo de teste antes do Presidente da República embarcar, reforçando que o tal “voo da bomba” não existe.

Entre os voos mais notórios feitos por Bolsonaro no ano passado estão a ida ao funeral da Rainha Elizabeth, na Inglaterra, em 17 de setembro, sendo que o voo anterior foi da Academia da Força Aérea para Ribeirão Preto, e depois para Brasília, de onde o jato seguiu já para Londres com escala em Recife. Nenhum desses voos foi precedido de um teste.

Histórico exclusivo por RadarBox

Este tipo de informação sem fundamento técnico e histórico resulta em desinformação. Entramos em contato com a Força Aérea Brasileira, mas até o momento os militares não responderam nossa mensagem sobre o assunto.

NOTA DO EDITOR: O Metrópoles e seus jornalistas têm um histórico de informações falsas publicadas sobre a FAB, que incluem a notícia sobre uma tenente ter sido expulsa após publicar conteúdo adulto, outra sobre o Comandante da Aeronáutica estar apoiando um golpe militar e até uma sobre um desvirtuamento da campanha “Dimensão 22”, que faz alusão ao tamanho do espaço aéreo protegido pela FAB, tendo sido criada em 2017, mas que foi citada pelo jornal como sendo um apoio ao então candidato Jair Bolsonaro (cujo número nas urnas era “22”).

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