Nos últimos meses, a intensificação das interferências do GPS no Mar Báltico tem preocupado autoridades e especialistas em segurança. Segundo informações obtidas por fontes abertas (OSINT), essas interferências têm sido uma constante este ano, atingindo um pico na semana passada, afetando milhares de aviões, principalmente de natureza civil.
De acordo com Markus Jonsson, analista de sistemas, mais de 1.600 aviões foram afetados em menos de 48 horas, destacando a magnitude do problema. As áreas afetadas abrangem países como Polônia, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Letônia, Estônia e Lituânia, com o epicentro das interferências apontando para a cidade estratégica de Kaliningrado, enclave russo próximo ao Mar Báltico.
Embora não tenha havido relatos de acidentes decorrentes dessas interferências, os pilotos têm enfrentado dificuldades significativas. As perturbações nos sistemas de navegação podem resultar em atrasos ou mudanças de curso indesejadas, representando um incômodo para a aviação europeia, conforme destaca o Aviacionline.
Um oficial do exército lituano explicou que as forças armadas russas possuem uma ampla gama de equipamentos militares dedicados à interferência GNSS, destacando a sofisticação das táticas utilizadas. A cidade de Kaliningrado, com sua história como uma das principais bases navais soviéticas na região, emerge como o ponto central das operações de interferência.
O General Martin Herem, do exército da Estônia, ressalta a expertise russa no campo da guerra eletrônica, alertando para a crescente capacidade do país nesse domínio. Melanie Garson, professora associada de Segurança Internacional no University College London, acrescenta que a Rússia tem demonstrado um avanço significativo em suas capacidades de guerra eletrônica nos últimos anos, levantando preocupações sobre a capacidade de resposta da OTAN diante dessas ameaças emergentes.
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