Mais de 36 milhões de bagagens de passageiros foram extraviadas no ano passado – e esse número é bom

Imagem: Maurizio Pesce / CC BY 2.0, via Wikimedia

A SITA, líder em soluções de tecnologia para a indústria de transporte aéreo, anunciou hoje uma melhora na taxa de bagagens extraviadas no setor. O recém-lançado relatório de Insights em TI para Bagagens – 2024 (2024 SITA Baggage IT, em inglês) informa que o número de bagagens extraviadas caiu de 7,6 para 6,9 por 1.000 passageiros em 2023.

O número diminuiu mesmo com o aumento do fluxo de viajantes, ultrapassando os valores de 2019 pela primeira vez em cinco anos, atingindo a 5,2 bilhões. Ainda assim, isso significa que, no ano passado, foram extraviadas mais de 36 milhões de malas.

A tendência a longo prazo destaca o impacto positivo dos investimentos em tecnologia. Entre 2007 e 2023, houve uma queda acentuada de 63% na taxa de manuseio incorreto de malas, enquanto o tráfego de passageiros aumentou 111%.

No entanto, o setor ainda enfrenta desafios, especialmente no gerenciamento do aumento do volume de bagagens. Segundo a pesquisa, é fundamental avançar com a agenda de digitalização do setor, com foco em IA para análise de dados e tecnologia de visão computacional no manuseio automatizado de bagagens.

Esse avanço deve incluir automação total, boa comunicação e visibilidade completa da jornada de cada mala. Outras pesquisas da SITA revelam a ansiedade dos passageiros em relação a atrasos e cancelamentos (32% em 2023). O relatório revela que, atualmente, dois terços das companhias aéreas oferecem despacho de bagagem sem assistência e 85% dos aeroportos oferecem a modalidade de autoatendimento.

Esse dado reflete a demanda do setor por tecnologia de autoatendimento para melhorar o fluxo de passageiros. Ao mesmo tempo, os viajantes querem usar seus celulares durante a viagem, inclusive na retirada de bagagens. Hoje, 32% dos passageiros contam com informações sobre a coleta de malas enviadas diretamente para seus dispositivos móveis. Sendo assim, uma melhor comunicação e visibilidade para os passageiros incentivará um maior uso do autoatendimento digital e oferecerá controle sobre a jornada.

A colaboração é fundamental. Embora as companhias aéreas e os aeroportos compartilhem dados de bagagem, ainda é possível aprimorar. Na coleta de malas, apenas 58% das companhias aéreas compartilham dados. Ao mesmo tempo, 66% dos aeroportos compartilham essas informações com as empresas aéreas.

A pesquisa de Insights em TI para Bagagens – 2024, da SITA, menciona a exigência da IATA no rastreamento completo de bagagens e dados de status em tempo real como parte da iniciativa da Resolução 753, que prevê o compartilhamento de informações em toda a jornada da bagagem. O relatório também aponta o pedido do Conselho Internacional de Aeroportos (Airports Council International, em inglês) de autoatendimento, comunicação em tempo real e visibilidade para os passageiros, a fim de reduzir o estresse e a ansiedade.

“A melhora na taxa de bagagens extraviadas em 2023 é uma ótima notícia para os passageiros e para a aviação. Essa informação é impressionante, pois o tráfego global de viajantes cresceu significativamente ano passado e deve dobrar até 2040″, destaca David Lavorel, CEO da SITA.

“Com base nos resultados do relatório de Insights em TI para Bagagens – 2024, da SITA, podemos ver claramente que a automação de bagagens é o caminho a ser seguido, com mais colaboração, comunicação com os passageiros e investimentos em novas tecnologias – como IA e visão computacional, para tornar a viagem mais otimizadas. Pelas minhas próprias experiências de viagens, posso afirmar que esse avanço será muito bem-vindo. Tecnologias como essas são essenciais, porque nos ajudam a coletar, integrar e compartilhar dados de forma eficaz. Com isso, podemos descobrir insights importantes que tornam as tomadas de decisões mais fáceis e automatizadas”, seguiu o executivo.

Informações da SITA

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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