Se dentro das quatro linhas de um gramado de futebol, o mais prestigiado é geralmente o jogador da Camisa 10, na aviação isso também acontece, mas com o voo de número ‘001’. Repare como as grandes companhias aéreas mundo afora enumeram seus voos e note que o “voo UM” é, quase sempre, uma rota de destaque, seja pela importância, seja pelo glamour.
Os voos de número 1 das árabes Emirates e Qatar têm origens distintas, em Dubai e Doha, mas o destino é o mesmo: Londres. A cidade inglesa é uma capital do mundo e para onde as aéreas oferecem seus melhores produtos. Antes da pandemia, a Emirates possuía nada menos do que sete voos diários para Londres, seis dos quais com Airbus A380 (incluindo o EK1). A Qatar, por sua vez, também possui múltiplos voos para a cidade, com modernos jatos A330, A350 (QR1) e A380.
Um dos voos mais famosos do mundo por ter sido operado diariamente na rota Londres – Nova Iorque com o Concorde. Quando o jato supersônico foi aposentado, a British Airways parou de usar o número por um tempo, até colocar um serviço diário partindo do aeroporto de London City com um Airbus A318 totalmente configurado em Classe Executiva
Foi um serviço de muito glamour, interrompido agora por conta da pandemia. O voo fazia uma parada em Shannon, na Irlanda, onde os passageiros podiam antecipar todo seu processo de entrada nos Estados Unidos, ficando livres de filas após o pouso. Sem contar todo charme a bordo, um serviço de primeira e muito networking.
O voo coreano de número UM liga, obviamente, Seul a Tóquio, duas das cidades mais desenvolvidas e dinâmicas do Oriente e uma das rotas internacionais mais movimentadas da Ásia. Dependendo do dia, o voo é operado com aeronaves Boeing 747-8, Airbus A330 ou Boeing 787-9.
Há décadas é um voo clássico, que ilustra a grandeza do território americano e a natureza desbravadora dos Estados Unidos, ligando as duas cidades mais vibrantes de cada uma de suas costas: Nova Iorque e Los Angeles. Os voos são operados diariamente com Boeing 777 e o tempo em rota é de 5 horas.
Singapore (SQ1), Japan Airlines (JA1) e United (UA1)
Duas das grandes empresas aéreas asiáticas têm nos Estados Unidos um mercado-chave, dado o volume de transações comerciais, turismo e até pela quantidade de asiáticos trabalhando em terras estadunidenses. Por conta disso, os voos 001 da Singapore e da JAL são os que ligam San Francisco às suas cidades-natais.
Por sua vez, a United Airlines também vê a importância da ligação com a Ásia e colocou, há poucos anos, um novo serviço de San Francisco para Cingapura. Não por acaso, o número escolhido para o voo foi o UA1.
Air France (AF1)
Hoje, esse voo não acontece mais, pois seu passado memorável fez com que a Air France o guardasse para a história. AF1 era o número do voo diário do Concorde, de Paris para Nova Iorque, uma rota dos tempos áureos da aviação, da qual apenas poucos afortunados poderiam desfrutar.
A tradicional Lufthansa usa o número UM para uma ligação doméstica, sendo a única dessa lista com tal característica, além da AA. Mas, com justiça, o voo liga duas metrópoles de alto poder comercial, Frankfurt e Hamburgo.
E no Brasil
No Brasil, não existem voos regulares de número 001 de grandes empresas. Até recentemente, uma regra da aviação brasileira obrigava o uso de quatro dígitos e, inclusive, estipulava um padrão (por exemplo, voos domésticos da Latam precisavam começar em “3”, da Gol em “1”, da Azul em “4”, dentre outros). Essa regra foi criada como maneira de padronizar a operação e aumentar a segurança, mas, ao que parece, ela foi extinta e pode abrir caminho para os ‘voos 001’ no país.
Quais poderiam ser as rotas número UM das grandes companhias brasileiras?
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