Nos primeiros oito dias deste mês, onze incidentes envolvendo aeronaves de passageiros ocorreram no espaço aéreo russo, levantando preocupações sobre a segurança da aviação no país, de acordo com o jornal bilíngue Moscow Times.
Os incidentes incluíram incêndios a bordo, descompressão e problemas com o trem de pouso. Esses eventos podem estar relacionados à falta de peças de reposição na aviação russa, resultante do boicote ocidental imposto desde o início do ano passado.
A lista de incidentes publicada pelo Moscow Times inclui exemplos como a perda de pressão em um Airbus A319 da Rossiya Airlines, um curto-circuito em um Boeing 777 da Aeroflot e uma falha no motor esquerdo de um Airbus A321 da Aeroflot. Embora os pilotos tenham conseguido pousar com sucesso em todos esses casos, o alto número de incidentes levanta preocupações sobre a segurança das operações aéreas na Rússia.
Além disso, a situação na aviação russa é agravada pelo boicote imposto pelos países ocidentais em resposta à invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. Desde então, a Rússia tem enfrentado restrições no fornecimento de peças de reposição para suas aeronaves. As companhias aéreas russas também foram impedidas de voar para a maioria dos aeroportos europeus, levando-as a operar principalmente em rotas domésticas.
A mídia russa tem sido limitada em sua cobertura desses problemas na aviação, devido à censura imposta pelo regime de Putin. Como resultado, a falta de peças tem forçado as companhias aéreas russas a improvisar na manutenção de suas aeronaves, seja por meio de remendos em equipamentos antigos ou pela aquisição de peças falsificadas em outros países, como a China.
Isso aumenta os riscos de segurança nas operações aéreas. Antes da guerra na Ucrânia, a aviação russa já era conhecida como uma das mais inseguras do mundo.