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Nova ambição da Air New Zealand deve estar no radar da fabricante Embraer

Imagem: Embraer

A empresa aérea nacional da Nova Zelândia, Air New Zealand, lançou um ambicioso plano nesta sexta-feira, 4 de novembro, que tem por objetivo tornar a tecnologia de aeronaves de emissões zero uma realidade em seu país. O projeto foi batizado de “Mission: Next Generation Aircraft” e buscará substituir sua frota doméstica de aeronaves Dash 8 Q-300 por uma aeronave mais sustentável – provavelmente sistemas híbridos de hidrogênio verde ou elétrico – a partir de 2030

Essas metas seguem o Documento de Requisitos de Produto (PRD) da companhia aérea, lançado em dezembro de 2021, que viu mais de 30 desenvolvedores de aeronaves responderem com ideias e insights para orientar o desenvolvimento da tecnologia. A Air New Zealand está em negociações estreitas e espera assinar cartas de intenção até o final do ano com os parceiros com os qual trabalhará.

Tal projeto pode ser uma oportunidade para a fabricante brasileira Embraer, que espera lançar um novo turboélice elétrico antes de 2030. Apesar do projeto ainda estar em fase inicial, a indústria nacional anunciou em julho, durante o Farnborough Airshow, que já contava com cerca de 250 potenciais pedidos para o equipamento. Os nomes das empresas, no entanto, não foram revelados.

O projeto neo-zelandês

O diretor executivo da Air New Zealand, Greg Foran, diz que a Air New Zealand pretende liderar o mundo na introdução de uma frota mais sustentável.

“Temos metas ousadas de sustentabilidade. Os processos de negócios convencionais não vão abordar a tecnologia ou a infraestrutura necessária para atendê-los. Queremos liderar o lançamento de aeronaves de emissão zero e trabalharemos ao lado de desenvolvedores de aeronaves, inovadores e provedores de infraestrutura para dar-lhes a confiança de que estão desenvolvendo um produto que é uma opção viável para nós. Os próximos três anos serão focados no apoio à construção, testes e certificação de aeronaves e infraestrutura associada. Até 2026, pretendemos que nossa primeira aeronave de emissões zero – carga ou passageiro – voe na Nova Zelândia”, disse ele.

“Os aprendizados que tomaremos de pilotar uma aeronave com tecnologia de propulsão de próxima geração a partir de 2026 abrirão caminho para nossos parceiros híbridos e de hidrogênio verde de longo prazo entregarem uma aeronave que possa substituir nossa frota doméstica de turboélices Q-300. Estamos abrindo novos caminhos aqui – não são apenas as aeronaves que precisam ser desenvolvidas, mas também a infraestrutura e a regulação necessárias para voar comercialmente”, prosseguiu

“Sabemos que essas metas são ambiciosas, mas a ambição é exatamente o necessário para tornar essa nova tecnologia realidade”, concluiu.

Embora a tecnologia de aeronaves de emissões zero descarbonize a rede doméstica da companhia aérea até 2050, o Combustível de Aviação Sustentável (SAF) é importante no curto prazo. A SAF é um combustível drop in que pode alimentar aeronaves atuais, por isso pode reduzir as emissões para viagens de longa distância e voos domésticos enquanto a companhia aérea continua a operar aeronaves convencionais.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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