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Novas inspeções de qualidade no Boeing 737 MAX atrasam entregas e desvalorizam o estoque

Divulgação – Boeing

A Boeing está expandindo sua investigação sobre problemas de qualidade de produção que afetam o 737 MAX, após um relatório sobre novas inspeções relacionadas a um defeito recente que atingiu as ações da empresa na última sexta-feira, reportou o Aviacionline.

As verificações agora incluirão inspeções de furos feitos manualmente em um componente que ajuda a manter a pressão na cabine do avião, informou o The Air Current. A Boeing confirmou por e-mail que a investigação de qualidade relacionada ao defeito de produção está em andamento.

Esta expansão nas revisões e possível trabalho adicional sugere que levará mais tempo do que o esperado para corrigir o problema, levantando novas incertezas em torno das entregas do quarto trimestre e das perspectivas financeiras da Boeing antes do seu relatório de lucros deste mês. 

A Ryanair, um importante cliente do 737 MAX, disse à Bloomberg na quinta-feira que os atrasos nas entregas do MAX pioraram. Esta situação pode comprometer a meta de entrega da Boeing de pelo menos 400 Boeing 737 este ano e afetar o fluxo de caixa do quarto trimestre, embora não deva comprometer o aumento planejado na produção do 737.

As ações da Boeing caíram mais de US$ 6 na sexta-feira com a notícia, fechando em queda de 3,34%, a 184,91. As ações da Spirit Aerosystems também sofreram queda, fechando em queda de 1,63%, a US$ 16,87.

Executivos de ambas as empresas disseram em setembro que furos feitos incorretamente na antepara de pressão traseira eram relativamente fáceis de reparar. Na época, as empresas usavam raios-X para inspecionar cerca de metade dos 1.000 furos feitos no componente. As inspeções anteriores relacionadas a montagens guiadas por laser foram expandidas para incluir trabalhos realizados manualmente.

A Boeing reiterou por e-mail que “continua a levar o tempo necessário” para garantir que cada aeronave atenda aos padrões e requisitos regulatórios antes da entrega. Por sua vez, a Spirit Aerosystems mencionou que continua a colaborar com a Boeing para abordar o trabalho adicional necessário.

As correções na antepara de pressão traseira parecem ser mais desafiadoras, disse o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, à Bloomberg em um evento em Bruxelas na última quinta-feira. O’Leary disse que já não espera receber 57 aviões até ao final de junho de 2024, o que afetará a capacidade de voo da companhia aérea no próximo verão.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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