A Comissão Europeia absteve-se de comentar as notícias de que o Grupo Lufthansa teria oferecido ainda mais concessões para tornar mais atrativa a sua proposta de 325 milhões de euros pela operadora italiana ITA Airways. A medida surge num contexto de preocupações com um possível veto da Comissão Europeia ao negócio.
Segundo informações do jornal Politico, com base em duas fontes não identificadas, a Comissão reagiu com ceticismo à nova proposta do Grupo Lufthansa. A questão é agora vista como um problema político, com Itália a pressionar pela aprovação do negócio e a Lufthansa a enfatizar a importância da aquisição para a sobrevivência da ITA Airways.
A tensão política acentuou-se quando o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, alertou que se a Comissão se recusasse a autorizar a aquisição de 41% da ITA Airways pelo Grupo Lufthansa, isso seria interpretado como um “ataque à Itália”, conforme noticiado pela agência ANSA.
As conversações têm se focado na resolução das questões de concorrência nas rotas de longo curso para a América do Norte. A Comissão teria solicitado um compromisso mais prolongado do que os dois anos inicialmente propostos pela Lufthansa para manter os negócios da ITA separados da sua joint venture transatlântica A++ com a United Airlines e Air Canada. Segundo as fontes citadas pelo Politico, a Comissão teria pedido um compromisso de 10 anos.
Perante a não apresentação de novos documentos sobre o caso no arquivo da Comissão Europeia, cuja última submissão de compromissos revistos na data de 6 de maio, a data limite para a Comissão tomar uma decisão foi prorrogada para 4 de julho de 2024.
O Grupo Lufthansa também se recusou a comentar. Um porta-voz afirmou que “o Grupo Lufthansa mantém-se em constante interação com a União Europeia para apoiá-los com a sua investigação e mantém-se confiante de que a Comissão Europeia aprovará a participação acordada na ITA Airways o mais breve possível”.
