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Você já imaginou que poderia acontecer um encontro entre um Fusca e um caça F-5 da Força Aérea Brasileira (FAB) em uma rodovia? Pois esse é o tipo de história que, se você conta, ninguém acredita, mas aconteceu de fato e saiu até na imprensa da época.
Caças de Santa Cruz e a BR-265
Tudo aconteceu no dia 14 de agosto de 1980, e a história foi publicada dois dias depois no Jornal do Brasil.
Era uma tarde ensolarada de inverno quando dois pilotos de caças F-5, de registros FAB4837 e FAB4854 e baseados em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, faziam um voo de treinamento sobre o interior de Minas Gerais. Em seu comando estavam os Tenentes-Aviadores José Carlos Gontijo e Francisco José da Silva.
Em determinado momento, um dos pilotos notou que havia um problema com sua aeronave e que teria que fazer um pouso de emergência. À época, o Jornal do Brasil apurou tratar-se de uma pane seca, embora não haja informações disponíveis do que poderia tê-la causado. Sem muitas alternativas, o piloto avistou abaixo de si a BR-265, próximo à cidade de Boa Esperança, no sul de Minas, a 280 quilômetros de BH, e decidiu que aquele seria seu melhor local de pouso.
Testemunhas do evento contam que a aproximação foi muito bem conduzida pelo tenente Gontijo. No entanto, momentos antes do toque, um Fusca apareceu na pista e desviar àquela altura não era mais uma opção, resultando no toque do trem de pouso do F-5 no teto do carro, antes de pousar metros adiante.
Para quem conhece e já acompanhou um pouso de um F-5, sabe que ele vem muito veloz, devido à sua limitada asa e, portanto, menor sustentação. De fato, seria praticamente impossível evitar a colisão, que acabou apenas em danos materiais ao pobre Fusquinha. Mas imagine o susto do motorista!
Enquanto isso, o tenente Silva, ala do tenente Gontijo naquela missão, permaneceu em voo e passou as coordenadas à Força Aérea para que viessem ao resgate do seu parceiro e da aeronave. Horas mais tarde, um helicóptero da FAB se aproximava para resgatar o piloto envolvido no incidente, bem como para deixar técnicos para cuidarem do avião sob o olhar de muitos curiosos que jamais esperavam ver um F-5 bem ali, parado no acostamento.
Paradeiro
Não encontramos histórico do paradeiro do FAB-4854, o avião envolvido no incidente, mesmo após uma vasta pesquisa. Alguns veículos de imprensa afirmam que ele foi reparado, abastecido e decolou da rodovia mesmo. Solicitamos à FAB ajuda para elucidar a questão.
Também não encontramos registros históricos do que aconteceu com o motorista do Fusca, embora relatos na internet dizem que o homem de meia idade recusou ser ressarcido, porque era uma forma de provar que tal história havia ocorrido e que com o carro reformado, quem acreditaria na história? Mas essa é apenas uma lenda.
Se você sabe mais informações, mande para nós!
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