ONU exclui empresas russas de participarem de novas licitações para lhe fornecer serviços aéreos

A Organização das Nações Unidas (ONU) excluiu empresas russas de participar de novas licitações para fornecer serviços aéreos a agências da ONU. A decisão implica que contratos com companhias aéreas russas, que vencem no primeiro trimestre de 2024, não serão renovados.

A decisão foi tomada após uma recente avaliação feita pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO), que revelou significativas preocupações com a segurança das operações de aviação na Rússia.

Em setembro de 2023, a Rússia foi designada com um status de “bandeira vermelha” pela ICAO, indicando que os padrões de segurança no país haviam sido rebaixados devido à escassez de peças de reposição e componentes críticos. A Rússia foi classificada como um dos quatro países mais perigosos para voar globalmente, juntamente com Libéria, Butão e República Democrática do Congo.

Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, confirmou que as companhias aéreas russas estão atualmente cumprindo suas obrigações conforme os contratos existentes. No entanto, essas operadoras deverão se retirar do mercado de transporte aéreo da ONU para agências até abril de 2024.

Zakharova descreveu a decisão da ONU como um “problema sistêmico” resultante da dependência da organização nas conclusões da ICAO.

Ela disse: “Há um problema sistêmico em relação à não renovação de contratos para o fornecimento de aeronaves por empresas russas para a ONU. Após a Organização Internacional de Aviação Civil aprovar uma decisão sobre a existência de ‘preocupações significativas de segurança’ em relação à Rússia, o Secretariado da ONU, baseando-se apenas na sua própria interpretação do SSC [Significant Safety Concern – preocupação significativa de segurança], restringiu a participação de empresas russas em novas licitações para o fornecimento de serviços aéreos para a ONU.”

Ela concluiu: “O Ministério dos Transportes…está trabalhando com a ICAO na possibilidade de ajustar o SSC de tal maneira que a ‘preocupação’ se aplique exclusivamente a aeronaves com registro duplo, e não a toda aviação civil da Rússia…Partimos do pressuposto de que a implementação dessa iniciativa permitirá retomar a participação de empresas russas nas atividades da ONU”.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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