Orçamento Federal do Canadá deixa desapontada a Associação Internacional de Transporte Aéreo

Aeroporto Pearson, em Toronto, no Canadá – Imagem: Jiaqian AirplaneFan / CC BY 3.0, via Wikimedia Commons

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) expressou desapontamento com a falta de medidas positivas no Orçamento Federal de 2023 do Canadá para fortalecer e aprimorar o sistema de transporte aéreo e a competitividade global do país.

Em carta endereçada ao vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças do Canadá e ao ministro dos Transportes, o diretor-geral da IATA, Willie Walsh, disse que a Associação esperava que o Orçamento Federal incluísse medidas para apoiar as recomendações do Comitê Permanente de Transporte, Infraestrutura e Comunidades da Câmara dos Comuns, mas, infelizmente não foi esse o caso.

Apesar de ter acolhido a proposta de fornecer C$ 1,8 bilhão em cinco anos à Autoridade Canadense de Segurança do Transporte Aéreo (CATSA), para manter e aumentar seu nível de serviço, reduzir o tempo de espera na triagem de passageiros e fortalecer as medidas de segurança nos aeroportos, Walsh destacou, no entanto, que “isso veio com um aumento proposto de 33% na Taxa de Segurança dos Viajantes Aéreos (ATSC). Isso torna as viagens aéreas ainda menos acessíveis para todos os canadenses”.

Walsh também expressou preocupação com a proposta de fortalecer a autoridade da Agência Canadense de Transportes (CTA) e tornar as companhias aéreas mais responsáveis ​​por falhas e interrupções nos serviços, independentemente de quem seja o culpado.

“Incentivamos fortemente o governo a compartilhar essas responsabilidades com todos os componentes do sistema aéreo comercial envolvidos no suporte a operações aéreas tranquilas e uma experiência positiva do viajante. Isso inclui companhias aéreas, aeroportos, CATSA, CBSA e Nav Canada”, disse o diretor.

Ela também apontou que a imposição de uma taxa regulatória às companhias aéreas para recuperar os custos de lidar com as reclamações dos passageiros aumenta o alto custo das companhias aéreas que operam no Canadá.

Walsh ainda instou o governo canadense a apoiar os esforços da indústria da aviação para atingir zero emissões líquidas de carbono até 2050. Ele pediu ao governo que abra consultas imediatas com a indústria sobre os fundos de C$ 15 bilhões destinados a incentivar o desenvolvimento de combustíveis alternativos no Canadá.

Por fim, Walsh enfatizou que um setor de aviação saudável e sustentável traz uma enorme contribuição para o bem-estar do país. Antes da COVID, o setor de aviação do Canadá contribuiu com C$ 51,4 bilhões para o PIB do país e sustentou cerca de 633.000 empregos.

“A aviação comercial é um poderoso motor econômico para o Canadá. Instamos o governo do Canadá a tomar medidas para remover as barreiras ao crescimento contínuo desse setor e torná-lo mais competitivo globalmente”, concluiu Walsh.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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