“Ou fazemos burocracia, ou fazemos aeroporto”, diz CEO do Aeroporto de Porto Alegre

A administração do Aeroporto de Porto Alegre deixou claro que espera receber dinheiro do governo federal para a reconstrução do Salgado Filho.

Durante visita técnica feita por deputados federais na manhã desta segunda-feira, dia 10 de junho, a CEO da Porto Alegre Airport, subsidiária da alemã Fraport de Frankfurt, que administra o terminal do Salgado Filho, ainda fechado devido às enchentes do mês passado no Rio Grande do Sul, foi categórica: “Ou fazemos burocracia, ou fazemos aeroporto, ambas as coisas não existem”.

Existe uma disputa hoje entre o que o governo deve fazer, tanto em termos de investimento, medidas administrativas e judiciais, e como a Fraport deve agir.

O contrato de concessão do Salgado Filho prevê que a administradora arque com danos causados por eventos externos, incluindo alagamentos, mesmo que sejam causados por forças alheias. Isto é previsto no âmbito que estes eventos sejam cobertos por seguro, o qual é o caso em Porto Alegre onde a Fraport fez um seguro de R$ 130 milhões para condições climáticas extremas, mas que segundo a própria concessionária pode demorar até 2 anos para ser liberado, motivo qual a CEO citou a burocracia.

Atualmente, o grande “debate” em torno do tema é sobre o governo tanto adiantar este valor do seguro e cobrir o excedente, já que pelas análises atuais, o montante de R$130 mi não será nem próximo do suficiente para recuperar o Salgado Filho para o patamar que estava antes das enchentes.

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) questionou a CEO da Fraport, Andreea Pal, sobre a contrapartida da concessionária: “Nós vamos pedir para o governo federal entrar com recurso aqui. E aí, com que a Fraport entra?”

Andreea foi explícita na resposta: “Com nossa força que estamos aqui, e se não recebermos o dinheiro, e eu não quero ser negativa, mas qual nossa possibilidade? Devolvermos a concessão”.

Também existe uma discussão sobre responsabilidade do governo e da Fraport nos danos causados, além de potenciais ajustes futuros nas obrigações contratuais que não poderão ser cumpridas pelo período de fechamento e danos causados à estrutura do Salgado Filho.

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Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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