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Pessoas se feriram no caso dos flutuadores do AW 139 no RJ; sindicato acusa ‘caos aéreo’ na região

Cena do vídeo que mostrou o pouso do helicóptero com os flutuadores inflados

No início dessa semana, um vídeo de um helicóptero AW 139 da Líder Aviação pousando no Heliporto de Farol de São Tomé, em Campos dos Goytacazes (RJ), chamou atenção ao mostrar que a aeronave teve seus flutuadores acionados durante o voo.

Como explicado, por voarem tão longe da costa nos serviços às plataformas de extração de petróleo, eles precisam ser equipados com esses dispositivos infláveis, que permitem que a aeronave flutue em caso de pouso na água, garantindo uma evacuação segura.

Porém, a situação da segunda-feira, 16 de janeiro, que parecia apenas um acionamento imprevisto dos flutuadores sem maiores consequências, resultou em dois trabalhadores feridos a bordo do helicóptero.

Segundo reporte no sistema do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), no final da manhã, durante o voo cruzeiro do helicóptero de matrícula PR-JHD, afastado ainda 35 nm (65 km) da costa e 20 minutos de voo, o flutuador disparou inadvertidamente quando o Comandante da aeronave demonstrava ao copiloto o funcionamento do alerta de guarda de acionamento manual dos flutuadores aberta (condição de quatro luzes verdes acesas no console).

A tripulação estabilizou a aeronave e cumpriu os procedimentos previstos no Checklist, pousando normalmente no destino, porém, entre os doze a bordo, dois passageiros foram classificados como tendo sofrido lesão leve.

Além do reporte do órgão nacional de investigação, Sindipetro NF (Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense) abordou outro aspecto das operações na região, relatando o seguinte:

“Os flutuadores (boias) foram acionados durante o voo e, nesse momento, uma das janelas foi ejetada e ao que tudo indica dois trabalhadores se machucaram.

A aeronave chegou ao heliporto sem maiores complicações, mas o sindicato está acompanhando de perto para avaliar a situação dos trabalhadores. Segundo relatos, algumas pessoas que estavam a bordo ficaram abaladas emocionalmente com o ocorrido.

O Sindipetro-NF encaminhou ofício à Petrobrás onde solicita que seja instaurada comissão de investigação para o acidente com a inclusão de representante do Sindipetro-NF como integrante, com acesso de forma imediata, à aeronave e aos dados gerados ou relativos à investigação conforme determina ACT.

Para respaldar ainda mais a ação sindical, o NF pede aos trabalhadores que encaminhem relatos do ocorrido e denúncias sobre o caos aéreo na Bacia de Campos.”

O “caos aéreo na Bacia de Campos” descrito pelo Sindipetro NF se refere a outro comunicado que havia sido emitido antes, no mesmo dia da ocorrência, em que o sindicato descreveu o seguinte:

“O Sindipetro-NF esclarece que está ciente do caos instalado no desembarque dos trabalhadores, principalmente nas plataformas do ativo de Roncador, e segue firme na cobrança por soluções emergenciais.

Na última semana, as denúncias dos trabalhadores aumentaram, chegamos a ter relato de trabalhadores, que estão há mais de trinta dias embarcados, gerando diversos transtornos emocionais. Diante deste cenário, as providências precisam ser imediatas.

Os responsáveis pelo transporte explicaram, que atualmente, existe uma dificuldade grande de manutenção das aeronaves, já que as peças são importadas do Leste Europeu, principalmente da Rússia e Ucrânia. Por conta da guerra, existe uma grande dificuldade de obter as peças necessárias para o funcionamento seguro das aeronaves.

A indisponibilidade que antes ficava em torno de 5%, hoje, chega a 35%, gerando esse transtorno para os trabalhadores.

A empresa informou ainda que abriu uma licitação na semana passada, sem sucesso, para contratação de novas aeronaves e que uma nova licitação será aberta nesta semana, visando encontrar uma solução para o problema.

O sindicato entende o cenário atípico, mas reafirma que os trabalhadores e trabalhadoras não podem ser penalizados por isso. Providências precisam ser tomadas e imediatamente. Não aceitaremos essa situação e não descansaremos até que soluções reais sejam apresentadas.

Reforçamos que os trabalhadores podem e devem continuar encaminhando suas denúncias pelos nossos canais oficiais de comunicação e pelo e-mail denuncia@sindipetronf.org.br”

Por fim, nessa quinta-feira, 19 de janeiro, a entidade que representa os trabalhadores voltou a falar sobre a situação e as medidas que estão sendo tomadas.

O Sindipetro-NF informa que integra, desde dezembro, um Grupo de Trabalho (GT) para debater soluções para os recentes problemas de logística na região, envolvendo os voos para as plataformas e hospedagens dos trabalhadores.

Para subsidiar esse trabalho, a entidade orienta a categoria a enviar relatos sobre os transtornos., e informa que tem denunciado nos últimos meses vários casos de atrasos nos voos e problemas com alimentação e hospedagem que atingem os petroleiros e petroleiras.

“Dentre as atribuições dos integrantes do GT está o levantamento dos principais impactos que ocorreram e as sugestões para que estes problemas não se repitam. É muito importante que os trabalhadores próprios e terceirizados enviem os problemas de logística identificados e nos enviem as ideias que possam solucionar os problemas ou necessidades de melhoria”, reforça o coordenador do Departamento de Saúde do Sindipetro-NF, Alexandre Vieira.

Além do Sindipetro-NF, integram o GT todas as gerências responsáveis por questões logísticas da Petrobrás na região, nas áreas marítima, terrestre e aérea, assim como o Compartilhado, que é responsável pelas hospedagens.

O sindicato finaliza informando que os relatos sobre os casos e sugestões de melhorias também podem ser enviados para o e-mail saude@sindipetronf.org.br ou pelo whatsapp +55 22 98123-1882.

Para ver novamente o vídeo do momento do pouso do helicóptero AW 139 com os flutuadores inflados, clique aqui ou no título logo abaixo.

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