Piloto budista obrigado a frequentar igreja cristã receberá R$ 1,5 milhão da companhia aérea

A empresa aérea United Airlines fez um acordo com um tribunal americano para pagar US$ 305.000 (cerca de R$ 1,5 milhão) para encerrar um processo judicial movido pela Equal Employment Opportunity Commission (EEOC) em nome de um piloto budista forçado a participar de reuniões dos Alcoólicos Anônimos enraizadas na fé cristã.

Como relata o Chicago Business, o caso foi aberto em julho de 2020 em nome do piloto David Disbrow, que voava para a United há mais de 30 anos quando foi diagnosticado com dependência de álcool em 2017. Depois disso, ele foi encaminhado pela própria empresa a um programas apoio a pessoas que abusam de substâncias.

Acontece que o programa de 12 passos do AA inclui referências específicas a um Deus cristão e o reconhecimento de que “existe um poder maior”. Como budista, Disbrow não compartilhava dessas crenças e se sentia desconfortável ao iniciar cada sessão, realizada em uma igreja, com uma oração cristã.

Disbrow pediu permissão da United para trocar de grupo, mas alega que a United se recusou. Como resultado, ele não conseguiu recuperar sua licença médica de piloto e foi impedido de retornar à sua carreira. Isso lhe motivou a procurar ajuda na justiça.

Dois anos depois, a United concordou em pagar ao piloto $ 305.000 em salários atrasados ​​e o reintegrará em um programa de abuso de substâncias que não envolve participação em reuniões de AA.

“Os empregadores têm a obrigação afirmativa de modificar suas políticas para acomodar as crenças religiosas dos funcionários”, explicou o procurador regional de Nova York da EEOC, Jeffrey Burstein, depois que o processo foi resolvido.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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