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Piloto em comando de helicóptero desaparecido no Litoral de SP já teve a licença cassada, diz g1

R44 semelhante ao desaparecido – Imagem: D. Miller / CC BY 2.0, via Wikimedia

As buscas pelo paradeiro do Robinson R44, registrado como PR-HDB, que partiu do Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo (SP), às 13h15 do dia 31 de dezembro, com destino a Ilhabela, no litoral paulista, ainda continuam sem sucesso.

Enquanto as equipes de resgate continuam os esforços para localizar a aeronave desaparecida, informações sobre um dos ocupantes da aeronave tornaram-se públicas após serem apuradas pelo g1.

Embora nenhum órgão oficial tenha confirmado, segundo o g1, o piloto que estava no comando da aeronave até perder contato com o solo enquanto se dirigia ao Litoral Norte de São Paulo foi identificado como Cassiano Tete Teodoro, de 44 anos. Ele, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), possui histórico controverso.

A ANAC relatou que Cassiano foi flagrado em 2019 durante uma ação de fiscalização no Aeroporto Campo de Marte, onde teria jogado o helicóptero que comandava contra um servidor da Agência.

Em setembro de 2021, sua habilitação foi cassada devido a condutas graves de fraude. Após a cassação, a ANAC informou que Cassiano tentou recorrer na Justiça, no entanto, o juiz negou o pedido para devolução da licença, considerando que o piloto tinha indícios de condutas graves que prejudicam a segurança operacional.

Após dois anos sem histórico na aviação, Cassiano retomou sua licença em outubro de 2023, seguindo todos os protocolos estabelecidos pela ANAC.

Em uma declaração enviada ao g1, a advogada Érica Zandoná, representante do piloto Cassiano Tete Teodoro, esclareceu que, em relação ao incidente que resultou na cassação da licença do piloto em 2019, houve uma confusão na qual Cassiano não conseguiu identificar o agente envolvido.

Conforme a nota, na data em questão, Cassiano recebeu liberação para iniciar o voo e deu início ao procedimento de partida. No entanto, durante esse processo, “surgiram duas pessoas, sem qualquer identificação visível, acenando para o piloto”, segundo a advogada.

Érica Zandoná afirmou que os agentes estavam sem colete da Anac, dificultando a identificação pelo piloto. Ela acrescentou que “o surgimento de pessoas na pista, após o acionamento da aeronave, sobressaltou o piloto, pelo temor de acidente, motivo pelo qual achou por bem optar pela decolagem“.

Segundo a advogada, somente após o incidente, Cassiano descobriu que eram servidores da ANAC cumprindo ação de fiscalização, com a intenção de realizar abordagem à aeronave.

Após a tentativa de abordagem frustrada, a advogada confirmou que ele foi acusado de desobedecer à ordem de detenção para inspeção de rampa, e o caso foi classificado como fuga da fiscalização pela ANAC. Na época, Cassiano foi multado e teve a licença de voo cassada.

Buscas pela aeronave

Desde o dia 1º de janeiro, uma aeronave SC-105 Amazonas, específica para Busca e Salvamento, do Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação – Esquadrão Pelicano – (2°/10° GAV), tem realizado sobrevoos na região em busca do helicóptero desaparecido. Além do SC-105, um helicóptero H-36 Caracal da FAB também está sendo utilizado nas operações de busca.

As investigações iniciais indicam a possibilidade de o helicóptero estar localizado em alguma área entre a Serra do Mar, que constitui uma região de floresta densa do bioma Mata Atlântica, e Caraguatatuba (SP), cidade vizinha ao arquipélago de Ilhabela.

Os passageiros a bordo do helicóptero são: Luciana Rodzewics, de 45 anos; sua filha, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20 anos; e o terceiro passageiro é Rafael Torres, um amigo da família que os convidou para o passeio.

Segundo a família de Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, mensagens da jovem e seu namorado (que não estava no voo) revelam que o grupo chegou a fazer um pouso de emergência antes de retomar o voo e perderem contato. Letícia enviou duas fotos do local para o namorado, mas disse não saber onde estava quando indagada.

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