Piloto russo que desertou e entregou helicóptero à Ucrânia aparece morto na Espanha

Foto de Igor Dvurekov, CC, via Wikimedia

O diretor do serviço de inteligência estrangeira da Rússia, Sergei Naryshkin, condenou o piloto Maksim Kuzminov, que desertou para a Ucrânia no ano passado e foi encontrado morto com um tiro na Espanha na semana passada, chamando-o de “cadáver moral”. Segundo Naryshkin, Kuzminov planejou um “crime sujo e terrível”, se tornando um traidor e criminoso.

Segundo detalha a reportagem do The Guardian, Kuzminov cruzou a linha de frente em um helicóptero Mil Mi-8 em agosto do último ano, durante um voo entre duas bases aéreas russas. De acordo com serviços de inteligência ucranianos, ele teria entrado em contato com agentes ucranianos em dezembro de 2022, expressando seu desejo de desertar em troca de uma grande recompensa monetária e uma nova vida para sua família na Ucrânia.

A Polícia Civil espanhola encontrou documentos falsos no corpo, que identificaram o homem como um ucraniano de 33 anos, embora com um nome diferente. Acredita-se que Kuzminov estivesse residindo na Espanha com um passaporte ucraniano sob um novo nome.

A agência de notícias estatal da Espanha, EFE, relatou que o corpo havia sido atingido por meia dúzia de balas e foi atropelado pelo carro usado pelos atacantes. A mídia espanhola disse que os investigadores estão procurando por dois suspeitos que fugiram em um veículo que foi encontrado queimado em uma cidade próxima.

A deserção de Kuzminov para a Ucrânia foi apresentada no ano passado como uma grande vitória de relações públicas para Kiev. Se a morte de Kuzminov for confirmada, é provável que a culpa recaia sobre o Kremlin. Os serviços de segurança russos têm estado por trás de uma série de assassinatos de inimigos do Kremlin em solo europeu.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias