Piloto vai preso por assediar mulher com seu avião e atirar tomates nela do alto

Foto de James, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

Após anos de sofrimento e medo, uma mulher de Nova Iorque pode finalmente respirar aliviada. O absurdo da situação, digna de um filme, não tinha sido levado a sério pelas autoridades, até agora.

O pesadelo da vítima começou em 2019, quando um homem de 65 anos visitou uma cafeteria na cidade de Schuylerville, a cerca de 320 km ao norte de Nova Iorque.

Este homem, Michael J. Arnold, ficou obcecado pela proprietária do estabelecimento, Cassie Wilusz, que era 23 anos mais jovem que ele. Após enviar fotos alarmantes pelo Facebook e e-mail, a mulher disse para ele parar e deixá-la em paz.

Foi então que o pesadelo começou de verdade e agora parece ter chegado ao fim. Arnold era proprietário de um avião Cessna, modelo 180J de 1976, com matrícula N7530K, que ainda está em seu nome, segundo a Administração Federal de Aviação (FAA).

O homem começou a sobrevoar a casa de Cassie várias vezes por semana, tirando fotos de sua rotina diária. Ele chegou ao ponto de jogar tomates do avião, causando ainda mais medo e terror na vítima.

Arnold foi detido diversas vezes por ameaçar a mulher por meio de contas falsas nas redes sociais e tinha ordem de restrição para não se aproximar da área, mas ignorou a proibição e chegou a ser preso, mas pagou fiança e foi solto. Infelizmente, durante todo o tempo em que a mulher esteve cuidando de seu marido, que estava com câncer de cólon, ela não denunciou mais a situação às autoridades.

No dia 22 de maio, o marido de Cassie faleceu, e no dia 25 a mulher deu uma entrevista a um jornal local. Curiosamente, o assediador também estava presente durante a entrevista, já que ele também seguia a vítima em terra, com seu veículo.

A entrevista chegou ao conhecimento do vice-xerife do condado de Saratoga, que informou seu superior, Michael H. Zurlo, sobre o caso. Após tomar conhecimento do assédio, o vice-xerife Nikke Voegler queria prender o piloto, mas a ordem de restrição já havia expirado, então uma nova ordem precisou ser emitida.

Dessa vez, a ordem incluía uma proibição expressa de voar e sua licença foi suspensa. Mas Arnold não se intimidou e continuou seu assédio, voando de outros estados, como Maine e Vermont, ao invés de decolar de Nova Iorque.

O descumprimento da ordem resultou em uma ação mais severa por parte das autoridades. O vice-xerife solicitou a ajuda do FBI, pois voar com a licença suspensa é considerado crime federal. Após um último voo, Michael Arnold foi preso no dia 6 de outubro, acusado de oito contravenções e um crime grave.

O FBI também está trabalhando no caso para avaliar se é possível acusá-lo de mais crimes relacionados à suspensão de sua licença e aos voos que realizou antes e depois da proibição.Isso dependerá principalmente de testemunhas e registros de seus planos de voo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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