Pilotos agora podem pousar no Aeroporto de Recife em dias de menor visibilidade

Foto: Ana Araújo / produção Faquini, via Fotos Publicas

Desde 10 de agosto último, entrou em vigor um novo procedimento de navegação aérea para o Aeroporto do Recife, o RNP-AR, que permite operação com visibilidade mínima de até 100 metros de altura e 1.400 metros de distância da pista de pouso.

A medida oferece um avanço em relação aos 150 metros de altura e 2.200 metros de distância, necessários antes dessa providência. O procedimento funciona por meio de equipamentos de geolocalização embarcados nas aeronaves e requer tripulação habilitada para utilizá-lo, usualmente disponíveis em boa parte dos voos que chegam ao Recife. 

Além do novo procedimento, estão em andamento as providências para o religamento completo do ILS, sistema gerido pelos órgãos de navegação aérea e que permite a aproximação por instrumentos em solo, informando a localização da pista e a rampa de pouso. Os trabalhos de ajustes e calibragem devem estar completados em cerca de 20 dias, seguindo-se então os prazos para elaboração e publicação das novas cartas de navegação. O ILS permitirá a operação com visibilidade mínima de cerca de 70 metros de altura e 1.200 metros de distância, um ganho adicional menor do que o obtido agora com o novo procedimento RNP-AR.  

O ILS não é um equipamento obrigatório e nem uma exigência da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a concessão nem para o funcionamento do Aeroporto do Recife. De maio até agora, mesmo com um teto operacional mais restrito, apenas 0,7% dos voos foram alternados para outros aeroportos ou cancelados, um total de 128 voos entre 17.773 operações. 

Entenda o caso 

Como a pista passou por melhorias, inclusive com a instalação de zonas de segurança antes inexistentes, como as Runway Escape Safety Areas (RESAs), um dos equipamentos do ILS (Glide) precisa ser movido para funcionar de acordo com a nova localização da cabeceira. No fim de maio, para cumprir as obrigações contratuais da concessão, a cabeceira da pista teve que ser realocada e o Glide, desativado.

O desligamento é imprescindível até que sejam concluídos o processo de análise do reposicionamento do equipamento e a revisão das cartas de navegação pelos órgãos de navegação aérea, que estão em andamento. Caso o equipamento permanecesse ligado, poderia induzir os pilotos ao erro.

A Aena vem mantendo reuniões e trocas de documentos com os órgãos competentes desde o segundo trimestre de 2022, e finalmente, em 16 de dezembro abriu junto ao CINDACTA III o processo de ajuste. Entre maio e junho, ajustes ao projeto foram solicitados e entregues pelo aeroporto.  

Obras 

Investimentos realizados pela Aena têm promovido uma grande transformação no Aeroporto do Recife. Nos seis aeródromos que administra no Nordeste, a concessionária aposta cerca de R$ 1,4 bilhão em obras, e R$ 500 milhões em serviços, sistemas, equipamentos e outras manutenções.

Com isso, o Recife terá um aeroporto ainda mais seguro, com capacidade operacional 60% superior, um novo píer para voos internacionais com quatro pontes de embarque, canal de inspeção e sistema de bagagens automatizado, mix comercial renovado e mais variado, espaços ampliados, mais confortáveis e funcionais, entre muitas outras melhorias. 
 

Qualidade  

O Aeroporto Internacional do Recife tem excelente histórico de pontualidade e serviços, tendo alcançado posições entre os melhores do mundo e do Brasil em diversas ocasiões. Veja alguns dos reconhecimentos e premiações:  

– Mais pontual do mundo em sua categoria, e segundo melhor do mundo na pontuação geral, em março de 2023 – The On-Time Performance Monthly Report Airports – Cirium. 

– Mais pontual do Brasil e quarto melhor do mundo em sua categoria, em janeiro de 2023 – The On-Time Performance Monthly Report Airports – Cirium. 

– Prêmio Aviação Mais Brasil, do Ministério de Portos e Aeroportos, como o mais pontual do país na categoria entre 5 e 10 milhões de passageiros ao ano, em 2021 e 2022.  – Segundo melhor aeroporto do mundo em 2022, no relatório Air Help Score, elaborado pela Consultoria AirHelp. 

Informações da AENA

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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