Plano de ter um avião Hércules que pousa na água poderá ficar apenas “no sonho”

O Pentágono deixou de considerar os planos de modificar os aviões de transporte tático Lockheed Martin MC-130J para operações anfíbias. O Comando de Operações Especiais dos EUA (SOCOM), que opera a variante do popular turboélice C-130, conhecido como Commando II, vinha estudando a viabilidade de desenvolver um kit de conversão para as aeronaves existentes.

O programa, conhecido como Capacidade Anfíbia MC-130J (MAC), estava sendo avaliado pelo SOCOM em parceria com a Sierra Nevada. Embora o esforço exploratório tenha sido descrito como bem-sucedido, o chefe de aquisições de aeronaves de asa fixa do SOCOM agora afirma que o comando está “pausando em quaisquer planos específicos para operacionalizar” o conceito MAC.

Falando na Conferência SOF Week de 2024 em Tampa, na Flórida, em 8 de maio, o Coronel da Força Aérea dos EUA, Justin Bronder, citou preocupações com custos e prioridades concorrentes de aquisição como as razões para a decisão, em vez de barreiras técnicas.

“O MAC é uma capacidade que poderíamos implementar”, afirma ele, referindo-se aos resultados técnicos do estudo de viabilidade da Sierra Nevada. Bronder relata que o esforço investigava a possibilidade física do kit para a estrutura do MC-130J e o que seria necessário para implementar um programa de modificação.

Os especialistas da Sierra Nevada realizaram testes hidrostáticos e de túnel de vento em propostas de design de pontão. Isso foi feito inteiramente por meio de simulação e modelagem digital, de acordo com Bronder.

No entanto, Bronder apontou que o projeto MAC não foi considerado prioritário para o SOCOM, dada a atual “perspectiva orçamentária” e outras prioridades de modernização, como o desenvolvimento de um veículo aéreo “independente de pista”. Este seria uma aeronave que poderia operar sem a infraestrutura baseada em solo, como pistas de aterrissagem tradicionais e aeródromos.

O SOCOM está em parceria com a Agência de Pesquisa de Projetos de Defesa Avançada (DARPA) em um programa de desenvolvimento chamado SPRINT, que visa produzir um demonstrador de voo do conceito.

No entanto, o Pentágono ainda pode ter um hidroavião militar. A DARPA está financiando atualmente o desenvolvimento de “Liberty Lifter” – um transporte pesado conceitual capaz de decolagens e aterrisagens anfíbias. A Aurora Flight Sciences, uma subsidiária da Boeing, é uma das finalistas nos programas Liberty Lifter e SPRINT.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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