O Gabinete do Xerife do Condado de Anoka, nos Estados Unidos, está enfrentando críticas e alegações de preconceito racial depois que uma de suas funcionárias, a bordo de um voo da Delta Air Lines, de Tampa para Minneapolis, denunciou quatro passageiros palestino-americanos por “comportamento suspeito”.
Os homens, no entanto, afirmam ser inocentes e apresentam uma versão dos eventos que diverge significativamente da narrativa inicial, alegando que foram vítimas de discriminação racial.
De acordo com um comunicado postado na conta oficial do Xerife no X (antigo Twitter), uma funcionária denunciou inicialmente os homens à tripulação do voo. Isso levou a uma ação subsequente da polícia, que esperou pelo avião no Aeroporto Internacional de Minneapolis, na última segunda-feira (8), escoltando os homens para fora da aeronave.
A situação tornou-se mais controversa quando a irmã de um dos homens acusou a companhia aérea e as autoridades de praticarem o perfil racial, alegando que a denúncia ocorreu porque os homens falavam árabe e inglês, além de usarem lenços palestinos.
A passageira, uma policial fora de serviço que estava a bordo do voo, relatou à polícia que observou os homens levantando-se várias vezes para ir ao banheiro e, ao retornarem, sussurravam abraçados. Ela considerou esse comportamento suspeito e decidiu abordá-los, perguntando sobre sua presença no voo.
A situação escalou quando um desses passageiros alegadamente afirmou que eram “a CIA em uma missão secreta“, enquanto apontava para uma bolsa preta, conforme noticia o Paddle Your Own Kanoo.
Os homens, por sua vez, refutam essa versão dos acontecimentos. Eles afirmam que a mulher os abordou enquanto estavam no corredor, esperando para usar o banheiro. Durante a conversa, eles brincaram, mencionando uma “missão de casamento”. Um dos homens, Louay Adley, de 24 anos, relatou que a mulher perguntou sobre uma mala, mas não deu mais atenção à interação até o pouso do avião.
O Gabinete do Xerife do Condado de Anoka informou que, após entrevistar os homens, os agentes concluíram que nenhum crime foi cometido, e nenhuma ação adicional era necessária. Em uma declaração, o Gabinete do Xerife assegurou que todos os dados relacionados ao incidente seriam revisados minuciosamente e que uma investigação interna foi aberta.
Em resposta às alegações de que um comissário de bordo foi rude com os homens, um porta-voz da Delta afirmou que a empresa está investigando o ocorrido e não tolera conduta discriminatória. A Delta pretende entrar em contato com os clientes envolvidos para obter uma compreensão mais aprofundada dos eventos.
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