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Por força da União Europeia, British Airways pode ter que se desmembrar do grupo IAG

A propriedade da British Airways pelo Grupo IAG estaria em “cheque” depois do Brexit. Isso porque França e Alemanha discordam de algumas regras relacionadas com a propriedade de empresas transnacionais, quando a controladora está fora do bloco econômico.

De acordo com analistas do banco HSBC, o IAG (que também controla a Aer Lingus, Iberia, LEVEL e Vueling Airlines) pode ser forçado a desmembrar a transportadora de bandeira britânica por causa das regras de propriedade da UE. Um regulamento exige que as companhias aéreas que operam voos entre países da UE sejam “de propriedade e controladas” por entidades dos estados membros (a sede do IAG está no Reino Unido).

Treze meses após o Brexit, esse regulamento está atualmente suspenso, mas faz parte das negociações em andamento entre o Reino Unido e o bloco. O analista do HSBC Andrew Lobbenberg disse ao jornal The Telegraph na semana passada, que enquanto países como Espanha, Irlanda e Hungria apoiariam a eliminação das regras de propriedade, a França e a Alemanha poderiam resistir na tentativa de obter vantagem de mercado sobre a BA para suas companhias nacionais Lufthansa e Air France.

“Os interesses nacionais estão sempre presentes no setor aéreo, que muitas vezes é o lar da formulação de políticas mercantilistas”, disse ele.

A IAG argumentou que já cumpre as leis de propriedade da UE, já que seu conselho tem uma maioria de diretores não-executivos independentes da UE. No entanto, essa é apenas uma retórica, já que pesa contra o grupo o fato dele ainda ter a maioria do capital na mão de “não-europeus” (empresas e pessoas de fora da UE).

Mas o banco de investimentos discorda. Lobbenberg disse ao jornal: “Não compartilhamos dessa visão. Achamos que a UE simplesmente suspendeu a análise sobre esse assunto, pois as negociações estavam em andamento entre a UE e o Reino Unido”. Quando o assunto for retomado, “a empresa poderia considerar a cisão de seus negócios, dividindo o que está fora da UE da British Airways, que seria uma empresa separada não pertencente à UE”,

No cenário posto pelo HSBC, a solução mais difícil, no entanto, seria a diluição do capital social do grupo, a fim que os britânicos percam o controle para investidores da União Europeia.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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