Por suposto contrato superfaturado de Airbus “baleia”, polícia faz batida na sede da Azores Airlines

Foto: Arthur CHI YEN

A aquisição de um avião Airbus A330, que carregava na sua fuselagem uma baleia estampada, acabou virando caso de polícia em Portugal nesta semana. A aeronave foi recebida pela Azores Airlines (SATA) em 2016, quando a empresa estatal das Ilhas dos Açores era gerida por Luís Parreirão.

De matrícula CS-TRY e conhecido como Cachalote, em referência ao adesivo da baleia que estampava a aeronave, o jato foi fabricado em 2008 para a espanhola Air Comet e já tinha voado pela Royal Jordanian antes de chegar na companhia açoriana.

Na época, o contrato de leasing (aluguel) do jato custou €40 milhões de euros nos primeiros 4 anos que o avião ficou na companhia, utilizado principalmente em rotas para os EUA.

Isto dá uma média de €830 mil euros por mês, sendo que, na época, segundo dados da consultoria IBA Aero, um jato do mesmo modelo e idade similar era alugado por algo em torno de US$350 mil dólares, equivalentes na época a €388 mil. Curiosamente, no mesmo período de recebimento do A330, um avião do mesmo modelo, porém novo de fábrica, tinha um leasing mensal estimado em €820 mil.

Este valor alto, além do fato da aeronave ter ficado parada, sem voar, por 2 anos, alegadamente pelos altos custos operativos, fez com que a Polícia Judiciária de Portugal abrisse uma investigação.

Segundo a CNN Portugal apurou, Parreirão informou no ano passado a uma comissão da própria SATA que a aeronave era a melhor opção na época, apesar do alto custo. A PJ foi até a sede da empresa ontem (18) para obter documentos relevantes à investigação ainda em curso.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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