O presidente da Emirates Airlines, Tim Clark, expressou urgência para que a fabricante de aviões americana Boeing revise as falhas recentes e incorpore um “peso-pesado” de engenharia e negócios que possa liderar a reestruturação da companhia aérea. O executivo afirmou que os problemas enfrentados pela empresa são “solucionáveis e recuperáveis”, mas ressaltou a necessidade de uma liderança forte e comprometida com a retificação.
Conforme a imprensa do Oriente Médio informa, falando durante um evento da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Clark advertiu que a recuperação da Boeing poderia levar até cinco anos.
A declaração surge depois de a Boeing anunciar que está em busca de um novo CEO, após a renúncia de Dave Calhoun, prevista para o final do ano, na sequência de crises consecutivas agravadas pelo problema ocorrido com uma porta solta em um jato 737 MAX 9 da Alaska Airlines, em janeiro.
Calhoun havia sido nomeado CEO em janeiro de 2020, após dois acidentes com o 737 MAX em 2018 e 2019, que resultaram na morte de quase 350 pessoas.
“Não cabe a mim dizer quem deveria estar dirigindo a Boeing. Mas acho que entender o que deu errado no passado é muito importante”, afirmou Willie Walsh, diretor-geral da IATA, durante a conferência.
Em reunião anual da IATA, Clark também informou que a Emirates, com sede em Dubai, fez um pedido superior a US$ 50 bilhões para aquisição de Boeings 777 e 787, enfatizando a importância de ser “rigorosa com os parceiros com os quais temos acordos”.
Em função dos atrasos, Clark disse que é improvável que a Emirates receba seu primeiro B777 antes de 2026. “Isso significa que devemos reter e reformar nossos 777 existentes”, afirmou.
Por fim, o presidente da Emirates aconselhou que a fabricante repense a forma como as coisas são feitas no chão de fábrica e ouça seus trabalhadores. “Tivemos o mesmo problema com o Airbus A380. Havia dois sistemas de TI que não se comunicavam entre si, e os engenheiros no chão de fábrica resolveram isso”, concluiu Clark.
