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Presidente da LATAM vê América Latina atrasada no que diz respeito ao combustível sustentável

Durante participação em um painel de líderes de companhias aéreas no Simpósio Mundial de Sustentabilidade da IATA, em Madrid, no dia 3 de outubro, Roberto Alvo, presidente-executivo do Grupo LATAM Airlines, destacou os desafios da indústria sustentável de combustível de aviação na América Latina.

Para Alvo, a região está “um passo atrás” em relação ao SAF, com a produção virtualmente inexistente e nenhum progresso sendo feito, como relatou uma matéria do Flight Global.

A LATAM Airlines estabeleceu uma meta de uso de SAF de 5% até 2023, no entanto, Alvo afirma que isso não significa que saibam de onde virá o combustível, mas é necessário demonstrar demanda como o maior grupo aéreo da região.

A falta de políticas públicas que incentivem a produção de SAF é um dos principais entraves apontados pelo presidente-executivo da LATAM. Atualmente, não há nenhuma medida governamental que estimule a produção do combustível na América do Sul, o que deixa Alvo com pouca confiança de que a meta de 5% será alcançada até 2030.

Alvo ressalta a importância de uma clareza e certeza de investimento para que os produtores de combustível se sintam motivados a construir fábricas de SAF. Ele argumenta que é fundamental que os decisores políticos estabeleçam condições claras para a produção do combustível.

O presidente-executivo da LATAM aponta que as políticas adotadas em outras geografias, como os mandatos do SAF na Europa, podem não funcionar na América Latina, onde as companhias aéreas operam frequentemente em países mais pobres e com rendimentos mais baixos. Ele enfatiza que as abordagens políticas devem levar em conta as características de cada região e não causar um aumento excessivo nos custos das companhias aéreas e dos passageiros.

Alvo destaca que a criação de uma indústria de SAF não se resume apenas a uma questão ambiental, mas também representa uma grande oportunidade para o desenvolvimento econômico da região. No entanto, ele enfatiza que é necessário uma estrutura adequada para que isso aconteça.

Ele ressalta que o SAF não é a única solução e que outras medidas devem ser consideradas na jornada para a neutralidade carbônica. Ele destaca que a compensação de carbono também tem seu papel e a LATAM investe diretamente em projetos de preservação de áreas naturais na Colômbia.

Apesar dos desafios apontados, Alvo demonstra confiança na possibilidade de alcançar metas de emissões líquidas zero, desde que haja um esforço coletivo nessa direção. Ele afirma que o importante é manter a mente aberta e avançar na jornada para a sustentabilidade do setor aéreo.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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