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Problema com sensores instalados nos Embraer E2 leva ANAC a emitir nova Diretriz de Aeronavegabilidade

Embraer 195-E2 – Imagem: Divulgação

Na segunda-feira da última semana, 12 de fevereiro, tornou-se efetiva uma nova Diretrizes de Aeronavegabilidade (DAs) emitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), aplicáveis aos aviões Embraer E-Jets de segunda geração (E2).

A quem não é familiarizado com os termos técnicos da aviação, uma DA é um documento emitido por uma Autoridade de Aviação Civil (AAC) visando eliminar uma condição insegura existente em um produto aeronáutico, com probabilidade de existir ou de se desenvolver em outros produtos do mesmo projeto de tipo. O seu cumprimento é obrigatório.

Ações como essa são demonstrações práticas da proatividade da aviação em torno da segurança de voo, ao identificar antecipadamente potenciais problemas e aplicar correções para evitá-los.

Segundo explica o texto da publicação da ANAC, esta DA, de número 2024-02-01, foi motivada por um desvio de qualidade que ocorreu na linha de fabricação da fornecedora Kidde Aerospace & Defense, afetando alguns elementos de detecção (sensores) do Sistema de Detecção de Sobreaquecimento (Overheat Detection System – ODS) produzidos antes de 31 de janeiro de 2021.

Um sensor defeituoso pode não ser capaz de detectar um vazamento de ar quente, cuja falha é latente, e dependendo da região afetada, pode iniciar uma fonte de ignição no tanque de combustível, danificar algumas caixas eletrônicas e expor a estrutura da asa a elevados gradientes de temperatura e cargas térmicas inesperadas.

Segundo a ANAC, como esta condição pode ocorrer em outros aviões do mesmo tipo e afeta a segurança de voo, é requerida a adoção de uma ação corretiva e, portanto, fica configurada a causa justa para impor o cumprimento destes requisitos no prazo estabelecido.

A DA 2024-02-01 é aplicável aos aviões Embraer modelos ERJ 190-300 e ERJ 190-400, conforme identificados no Boletim de Serviço Embraer Nº 190E2-36-0002, revisão 02, datada de 06 de dezembro de 2023.

Os modelos acima descritos são as designações técnicas das variantes dos aviões comercialmente conhecidos como Embraer 190-E2 e Embraer 195-E2.

A ação requerida aos aviões afetados é a inspeção e substituição, se necessário, de alguns sensores do ODS da linha de sangria (bleed) do avião. O cumprimento deve ser efetuado conforme prazos descritos na DA, a menos que já tenha sido executado anteriormente.

No Brasil, apenas a Azul Linhas Aéreas opera aviões E-Jets da geração E2, todos do modelo Embraer 195-E2, além de haver o Embraer 190-E2 da Placar Linhas Aéreas, atualmente fora do país, em manutenção nos Estados Unidos.

Pelo resto do mundo, há diversas empresa aéreas operando dezenas de unidades dos dois modelos, cabendo às autoridades de cada país a exigência ou não do cumprimento de Diretrizes de Aeronavegabilidade brasileiras, ou a emissão de uma Diretriz própria abordando o mesmo assunto.

Vale lembrar que a ANAC já havia emitido, em novembro de 2023, outras duas DAs abordando os mesmos sensores, porém, aplicáveis aos aviões da geração E1 dos E-Jets.

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