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Produção dos caças F-15EX e F/A-18 em perigo devido a problemas com fornecedor crítico

F-18E Super Hornet – Imagem: USAF

As linhas de produção da Boeing para os caças F/A-18 “Super Hornet” e F-15EX “Eagle II” foram interrompidas devido a problemas com seu fornecedor GKN Aerospace, que pretende fechar uma fábrica que produz componentes críticos para ambas as aeronaves.

A GKN pretende fechar sua fábrica em Hazelwood, no Missouri, até o final de 2024, colocando em risco a produção de “superplásticos” e “superfícies de controle de voo” essenciais para ambos os aviões. A situação é particularmente grave porque a Boeing e o governo de Biden estão próximos de fechar um importante acordo de 18 bilhões de dólares com Israel para a venda de até 50 caças F-15EX (25 novos aviões e outros 25 F-15I Ra’am modernizados ao mesmo padrão).

Segundo o Aviacionline, a Boeing vem há 18 meses travando uma disputa com seu fornecedor GKN Aerospace devido aos planos da empresa de fechar a fábrica e demitir cerca de 700 trabalhadores que lá atuam.

Além da GKN, a Boeing também processou sua empresa-mãe britânica, Melrose Industries, alegando que o fechamento da fábrica de Hazelwood violaria os acordos da GKN para fornecer as peças-chave para a fabricação desses modelos de aviões de combate.

A Boeing afirmou que a Melrose esperava forçar a venda da GKN para a Boeing e até rejeitou outros ofertantes. GKN e Melrose afirmam que manter a fábrica aberta é “insustentável”.

No mês passado, os advogados da Boeing conseguiram impedir que a GKN destruísse certas peças e materiais considerados obsoletos e excedentes, que são fundamentais para manter em funcionamento as linhas de produção do F/A-18 e F-15. Os componentes produzidos em Hazelwood são transportados para as instalações próximas da Boeing em ST. Louis, onde os aviões são montados.

A fabricação desses componentes era anteriormente feita pela própria Boeing, quando era uma empresa mais verticalmente integrada, mas em 2001 vendeu essa parte do negócio para a GKN, para a qual aparentemente já não é uma atividade lucrativa.

Tanto a Boeing quanto a Melrose e a GKN divulgaram comunicados expressando o desejo de chegar a uma solução que satisfaça todas as partes, e embora as negociações estejam em andamento, a GKN ainda não alterou o cronograma de fechamento de sua planta em Hazelwood.

A eventual perda deste fornecedor crítico poderia afetar significativamente os cronogramas de produção da Boeing para o F-15EX e o F/A-18, especialmente se o acordo israelense sobre o F-15IA (versão israelense do EX) for aprovado.

As opções para o gigante aeroespacial norte-americano podem ser recomprar a unidade de produção da GKN ou buscar outro fornecedor que possa se adaptar rapidamente para fabricar esses componentes tão sensíveis. Os próximos meses serão desafiadores para a Boeing, que precisa superar essa grande dificuldade.

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