Recuperação das viagens aéreas foi interrompida em novembro, alerta IATA

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Imagem: henry911 / Pixabay

A Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA) divulgou nesta última quinta-feira, 7, que a crise mundial do transporte aéreo de passageiros se manteve no mesmo patamar em novembro do ano passado. A lenta recuperação que o setor vinha demonstrando ao longo dos últimos meses foi agora totalmente interrompida.

De acordo com a organização, a procura global por viagens aéreas caiu 70,3% em relação a novembro de 2019. O índice é praticamente o mesmo que o observado em outubro, quando a queda havia sido de 70,6% na comparação ano a ano. A capacidade de transporte das aeronaves em novembro foi 58,6% abaixo do registrado o ano anterior e a taxa de ocupação dos voos recuou 23 pontos percentuais, atingindo a marca de 58% do potencial.

A demanda de passageiros internacionais foi 88,3% menor do que em novembro de 2019. O cenário é pior do que o observado em outubro, quando a queda era de 87,6%. A capacidade das aeronaves nesse segmento caiu 77,4% abaixo dos níveis do ano anterior, e a taxa de ocupação caiu 38,7 pontos percentuais para 41,5%. A Europa foi a região mais afetada pela crise, à medida que novos bloqueios econômicos pesaram sobre a demanda por viagens.

A recuperação da demanda doméstica, que tinha sido o ponto relativamente positivo em outubro, também estagnou. O tráfego local de novembro regrediu 41% em comparação com o ano anterior, praticamente o mesmo resultado de outubro, interrompendo um ciclo de melhora. A capacidade caiu 27,1% em relação aos níveis de 2019 e a taxa de ocupação caiu 15,7 pontos percentuais, registrando 66,6%.

No acumulado de janeiro a novembro, a procura por viagens aéreas caiu 65,6% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Já a capacidade das aeronaves fechou o período 56,5% menor. A ocupação das aeronaves foi de 65,5%, uma queda de 17,2 pontos percentuais ao longo do período.

O Diretor Geral e CEO da IATA, Alexandre de Juniac, comenta que as medidas de combate à COVID-19 pelo mundo interromperam o já frágil ciclo de recuperação. “A já trépida recuperação da demanda por viagens aéreas chegou ao fim em novembro. Isso porque os governos responderam a novos surtos com restrições ainda mais severas às viagens e medidas de quarentena”, disse o executivo.

Juniac reforça o posicionamento da IATA de que os bloqueios de fronteira e a imposição de quarentenas são ineficientes e trágicas economicamente.

“Essas medidas aumentam as dificuldades para milhões de pessoas. As vacinas oferecem a solução a longo prazo. Enquanto isso, o teste é a melhor maneira que vemos para impedir a propagação do vírus e iniciar a recuperação econômica. Quanta angústia as pessoas ainda precisam passar – perda de empregos, estresse mental – antes que os governos entendam isso?” finalizou o diretor, em comunicado à imprensa.

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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