Um incidente no dia 1 de setembro com um Airbus A321LR da TAP Air Portugal, que saiu de Lisboa e seguia para Madrid teve o resultado preliminar da investigação anunciado pelas autoridades portuguesas do GPIAAF. A aeronave teve um momento complicado durante a descida em que o seletor de altitude foi mal ajustado pela tripulação, disparando um aviso de proximidade do solo.
Os investigadores portugueses que analisam o caso afirmaram que a situação se deu devido às condições meteorológicas, com presença de chuva e trovoadas, além do fato de o primeiro-oficial (copiloto) precisar sair da cabine diversas vezes por se sentir mal.
As informações do GPIAAF de Portugal apontam que a aeronave teve autorização para fazer uma aproximação ILS à pista 32L. Porém, em vez de digitar 3.000 pés no seletor de altitude, a tripulação colocou 2.000 pés, o que estava incorreto. O aeroporto de Barajas, em Madrid, tem cerca de 2.000 pés de altitude, o que causou a confusão da tripulação.
De acordo com os investigadores, não houve identificação do erro por parte da tripulação e, após a aeronave continuar descendo, o sistema de alerta de proximidade do solo emitiu instruções de subida imediata. Após o alerta, a tripulação abortou a aproximação e a aeronave arremeteu.
Segundo as análises, o avião ficou a 515 pés (160 metros) acima do solo, com uma taxa de descida de 2.500 pés/min, fazendo com que o sistema de alerta fosse acionado por quatro segundos.
Ainda de acordo com os investigadores, durante a arremetida em condições de instrumentos, a aeronave sofreu turbulência e foi necessário coordenar com o controle de tráfego aéreo para evitar a entrada em uma zona climática severa identificada pela tripulação no radar meteorológico.
Felizmente, nenhum dos 136 passageiros ou sete tripulantes sofreu ferimentos e a aeronave pousou sem maiores problemas. De acordo com a autoridade de investigação, as declarações da tripulação apontaram para condições meteorológicas adversas durante a descida em um ambiente complexo de controle de tráfego aéreo, com autorizações que às vezes eram imperceptíveis e confusas.
O GPIAAF reforçou que o sistema de alerta de altitude mínima segura fornecido pelo controle de tráfego aéreo estava em funcionamento, porém, devido à proximidade do aeroporto, estava “inibido” para a área em que o incidente ocorreu.
A TAP Air Portugal iniciou uma investigação interna sobre o ocorrido e a autoridade de investigação espanhola CIAIAC optou por não abrir um inquérito formal, tendo em vista que a portuguesa já está desenvolvendo sua própria investigação.