A Aircalin, uma companhia aérea sediada no território francês da Nova Caledônia (no Oceano Pacífico ao lado da Austrália), parou de operar e enviou de volta á fábrica um de seus dois Airbus A330neos (A330-900) depois de relatar repetidos problemas de odor na cabine.
Conforme relatamos poucos dias atrás, a Air Calin já estava com o exemplar parado há mais de duas semanas por conta dos maus odores a bordo, tendo a aeronave sido entregue menos de 1 mês antes de ser suspensa.
Enquanto a aeronave permanece fora de operação, a companhia aérea confia seus voos de longo curso ao seu segundo A330-900 e a um A330-200 clássico, que deveria ser removido da frota, mas foi mantido em uso, de acordo com a TV local La 1ere. Eles voam para destinos como Austrália, Japão e Polinésia Francesa.
Retorno à fábrica da Airbus
A aeronave pousou no dia 18 de novembro no aeroporto de Toulouse, de acordo com dados do FlightRadar24. Lá, a Airbus está realizando “inspeções mais exaustivas”, disse um porta-voz da Aircalin.
Mas o processo de tentativa de solução de problemas havia começado antes, ainda em Noumea.
O A330-900 de matrícula F-ONET, entregue à Aircalin no início de outubro de 2019, foi retirado de voos comerciais em 29 de outubro de 2019, depois de operar do aeroporto Sydney Kingsford Smith para o Nouméa La Tontouta, na Nova Caledônia, conforme mostram os dados do FlightRadar24.
Equipes da Airbus e da Rolls-Royce deslocaram-se para o local, mas não foram capazes de resolver o problema na Nova Caledônia, o que levou à necessidade de transportar a aeronave de volta para Toulouse.
Depois de operar alguns voos de teste em torno de Nouméa, foi transladado para a França com escala em Osaka Kansai, no Japão, entre os dias 16 e 18 de novembro de 2019.
“Estamos trabalhando para resolver o problema de odor de cabine que ocorreu em um número limitado de A330neos em serviço”, disse um porta-voz da Airbus. O fabricante ainda não encontrou a causa raiz e uma solução final.
“As medidas (…) mostram que a qualidade do ar da cabine permanece dentro da faixa normal e das diretrizes internacionais”, acrescentou o porta-voz da Airbus. “Odor não significa necessariamente alta concentração de contaminantes.”
A La 1ere informou que a tripulação estaria sentindo cheiro de óleo e os motores Rolls-Royce Trent 7000 são suspeitos. “Realizamos pesquisas e testes detalhados (…) e não há evidências conclusivas de que eles tenham desempenhado algum papel em problemas relatados sobre a qualidade do ar da cabine no A330neo”, disse um porta-voz da Rolls-Royce.
Outros casos semelhantes
A TAP Air Portugal, que recebeu o seu primeiro A330neo em novembro de 2018, teve problemas semelhantes. As tripulações de cabine reclamaram de mal-estar a bordo dos A330neo. A TAP afirmou que tomou medidas recomendadas pela Airbus.
O assunto agora está “desatualizado”, disse um porta-voz da TAP, pois essa ocorrência “caiu drasticamente nos últimos meses e agora está perto de zero”.
A Air Senegal também estaria enfrentando o mesmo problema, mas não respondeu a pedidos de comentários da La 1ere.