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Uma das últimas operadoras do CRJ 1000 retira duas unidades do modelo após 13 anos de operações

Imagem: Bene Riobó, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia

No último dia 14 de fevereiro, a Air Nostrum, também conhecida como Iberia Regional, retirou de sua frota dois Mitsubishi Heavy Industries (ex-Bombardier) CRJ1000, de apenas 13 anos. A companhia aérea espanhola é uma das duas únicas operadoras no mundo deste modelo canadense.

A divisão regional da Iberia transferiu as aeronaves com matrícula EC-LJR e EC-LJS para St. Athan, no Reino Unido, onde também descansam vários Boeing 747 aposentados da British Airways e Virgin Atlantic. Segundo o Aviacionline, ambos os aviões foram os primeiros entregues à companhia aérea espanhola em dezembro de 2010.

No momento, o futuro do CRJ1000 é desconhecido, mas é a primeira aposentadoria do modelo na Air Nostrum. A companhia aérea opera atualmente 25 aeronaves, e mais três operam para a Hibernian Airlines, divisão ACMI do grupo espanhol, a última entregue em agosto de 2018.

Estas são, junto com a CityJet, que opera quatro aeronaves, as duas únicas companhias aéreas que mantêm em operação a versão mais longa da bem-sucedida série CRJ, fabricada pela Bombardier.

Breve história do CRJ1000

A Bombardier iniciou o desenvolvimento do CRJ 1000 em 19 de fevereiro de 2007, anteriormente chamado de CRJ900X. Seu objetivo era competir com o Embraer 190/195, lançado em 2004, e conquistar participação no mercado de aeronaves de 100 lugares. A fabricante canadense alegou que tinha melhor desempenho que o rival e maior relação custo-benefício.

O CRJ1000 completou seu primeiro voo de produção em 28 de julho de 2009 em Montreal-Mirabel, e estava programado para entrar em serviço no primeiro trimestre de 2010. Porém, um mês após o primeiro voo, uma falha no controle do leme forçou o voo a ser suspenso. Programa de teste. O programa não foi retomado até fevereiro de 2010 e as entregas foram projetadas para começar em janeiro de 2011. Brit Air e Air Nostrum foram os clientes lançadores do CRJ1000.

A aeronave, configurada em classe única para 100 passageiros, carecia de porões de carga significativos e seu principal objetivo era capturar mercados de passageiros corporativos ou rotas mais lucrativas, sacrificando os benefícios do custo por assento-milha (ASM) a preços mais elevados.

Segundo a Bombardier, em 2015, a série CRJ foi responsável por mais de 20% de todas as partidas de aeronaves nos Estados Unidos. Porém, como o CRJ1000 era uma aeronave pesada, com peso máximo de decolagem (MTOW) 9% superior ao seu irmão mais novo CRJ900, ele não entrou no mercado norte-americano.

Isso ocorre justamente porque o CRJ900 é a maior aeronave que se enquadra nos parâmetros estabelecidos pela “cláusula de escopo” na aviação regional, que restringe o tipo de aeronave que as companhias aéreas regionais das companhias aéreas tradicionais podem utilizar em termos de número de passageiros e peso.

Ao perder um mercado como o dos Estados Unidos para a Embraer, apenas 65 aeronaves foram fabricadas para clientes como a HOP! (anteriormente Brit Air), Air Nostrum, Arik Air e Garuda Indonesia. De acordo com a plataforma Cirium, existem atualmente 29 aeronaves em operação da Air Nostrum, Hibernian Airlines e City Jet.

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