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Pelo menos 291 Boeings 777 devem ter os selos da tampa do tanque de combustível revisados

A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) emitiu uma Diretriz de Aeronavegabilidade (AD), em 29 de agosto, que exige às empresas aéreas norte-americanas que instalem corretamente selos de tampa em seus aviões Boeing 777. Esta AD foi emitida para abordar uma “condição insegura urgente” envolvendo riscos de incêndio.

Anteriormente, uma AD emitida pela FAA em 2022 exigia das empresas que realizassem inspeções e modificações especificadas em um boletim de serviço da Boeing. A nova AD altera essa ordem e é aplicada a todos os 291 Boeing 777 registrados nos EUA.

O problema partiu da descoberta de que o boletim de serviço da Boeing, datado de 2021, continha informações incorretas sobre a aplicação de selos de tampa e sobre a “espessura” desse selo. Os selos de tampa são usados ​​nos tanques de combustível para prevenir a faísca e incêndio.

A FAA ressalta a importância dessa vedação, inclusive para o tanque de combustível da asa central, que “normalmente contém vapores de combustível inflamáveis ​​com mais frequência do que os tanques de combustível da asa principal”.

Solicitada a comentar, a Boeing apoiou a regra da FAA e disse que essa “é consistente com as orientações que compartilhamos anteriormente com as operadoras”. No entanto, a Boeing demorou para entregar à FAA uma “documentação detalhada e completa” sobre esses erros, que só foi entregue em julho, “devido à extensão e complexidade do boletim de requisitos”.

Assim, a AD da FAA entrará em vigor em 15 de setembro, dando às companhias aéreas 30 dias para revisar os registros de manutenção para se certificar de que todos os selos de tampa foram instalados corretamente. Para tanto, as empresas de aviação terão que realizar inspeções em todos os aviões 777.

Jatos sem um determinado tanque de combustível e aqueles produzidos a partir de julho de 2022 com número de linha (LN) maior ou igual a 1.743 estão isentos da AD. A isenção se aplicar principalmente a aviões cargueiros.

O risco abordado pela AD da FAA é considerado “urgente” e, por essa razão, a FAA não aceitará comentários prévios à emissão da regra, mas apenas comentários subsequentes. Outras agências reguladoras mundo afora deverão seguir a FAA e também obrigar suas operadoras locais a revisar o mesmo problema. No Brasil, apenas a Latam opera com aeronaves Boeing 777-300ER.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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