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Richard Branson deverá vender ações da Virgin Galactic, empresa fundada por ele com o objetivo de exploração comercial de voos suborbitais, a fim de combater prejuízos financeiros em seus negócios globais afetados pela crise gerada pela pandemia do novo coronavírus.
Segundo divulgado no Spacenews, a Vieco 10, empresa do Virgin Group, que detém a maioria das ações da Virgin Galactic, colocará à venda cerca de 22% das ações que possui da empresa espacial. Esse número corresponde a 25 milhões de ações, que, cotadas no valor de fechamento da data de ontem, (11), renderiam ao Virgin Group algo em torno de US$ 485 milhões.
O valor gerado pela venda das ações será utilizado para apoiar “negócios de lazer, férias e viagens” atingidos pelo “impacto sem precedentes” da Covid-19 no Virgin Group, segundo a BBC. Entre as empresas de Branson nesse nicho estão as companhias aéreas Virgin Atlantic e a Virgin Australia.
A Virgin Atlantic enfrenta imensas dificuldades financeiras e busca investidores, ou até mesmo compradores, para tentar sobreviver à atual crise do setor aéreo.
A Atlantic, no final de abril, nomeou o banco de investimento Houlihan Lokey para focar principalmente na busca de investidores privados para a empresa.
Sem receber socorro do Governo Britânico, que considera que, antes da ocorrer injeção de capital público, todas as ações deverão ser esgotadas, principalmente junto a investidores das próprias empresas aéreas, a Atlantic seria uma das Empresas do Virgin Group a receber parte do capital gerado com a venda das ações da Virgin Galactic.
Segundo o The Guardian, a injeção do dinheiro público não é bem vista pelos contribuintes britânicos, uma vez que, no entendimento desses, Branson é uma pessoa com vastos recursos pessoais e que ele próprio é uma potencial fonte de socorro para a companhia. Embora a companhia aérea não tenha sido lucrativa nos últimos anos, ela já registrou resultados positivos no passado, fechando no azul três anos consecutivos até 2017.
Por sua vez, segundo o The Guardian, a Virgin Galactic nunca obteve lucro e foi atormentada por atrasos sucessivos em seus planos de levar turistas ao espaço por $202.000 libras esterlinas por viagem. Branson disse no ano passado que esperava fazer a primeira viagem “em meses, não em anos”, depois de garantir 60 milhões de libras esterlinas (100.000 libras de cada um de 600 clientes).
Virgin Australia
Já a Virgin Austrália, que voluntariamente aderiu ao programa de administração, com vista à recuperação financeira da companhia, está em processo de venda e possui cerca de 19 interessados na próxima fase do processo, que é o acesso aos dados financeiros da empresa.
O Australian Aviation informou que o fundador do Virgin Group, Sir Richard Branson, confirmou que está tentando vender mais de 20% de seu empreendimento de voo espacial, a Virgin Galactic, para arrecadar dinheiro para salvar a Virgin Atlantic e, possivelmente, a Virgin Australia.
No entanto, na mesma matéria, o portal destaca que o interesse na aquisição da empresa aérea australiana por diversos grupos permanece, e o aporte financeiro por Branson seria apenas uma possível opção. Assim, ainda não há uma definição clara sobre qual será o futuro da companhia.
Se concretizada, a venda das ações da Virgin Galactic é mais uma iniciativa por parte de Branson na tentativa de salvar seus empreendimentos no setor aéreo. Ele já até chegou a oferecer como garantia de empréstimo ao Governo sua ilha particular no Caribe.
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