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Voo comercial mais rápido através do Atlântico aconteceu em 1996 e recorde dura até hoje

No dia 2 de março de 1969, o Concorde decolou pela primeira vez para marcar o início de uma nova era nas viagens aéreas. A aeronave foi projetada em parceria entre a França e o Reino Unido e se destacava por seu elegante desenho e distinto nariz caído no pouso.

O Concorde incorporava a tecnologia mais avançada da época em todos os aspectos, inclusive usando tinta especialmente desenvolvida para suportar as altas velocidades, temperaturas e forças físicas a que a aeronave seria submetida.

Finalmente, em 21 de janeiro de 1976, o modelo entrou em operação comercial, com o voo inaugural BA-300, na rota entre Londres e o Bahrein. Pilotado pelo comandante Norman Todd, o avião alcançou uma impressionante velocidade de cruzeiro de 2.172 km/h ou Mach 2, o dobro da velocidade do som, o que significou reduzir pela metade os tempos de viagem. Depois disso, foram mais milhares de voos até que, em 2003, jato foi oficialmente aposentado, com seu último voo sendo comandado pelo piloto Mike Bannister entre Nova York e Londres.

O alto custo de manutenção e o único acidente que a aeronave teve, juntamente com a destruição do World Trade Center em 2001, minaram a confiança das pessoas nas viagens aéreas e sacramentaram o destino da aeronave.

O voo mais rápido

No entanto, ela bateu muitos recordes e fez muita história, deixando um impressionante legado, que pode ser visto nos livros, inclusive no “Guinness Book: O Livro dos Recordes”.

Um desses casos foi registrado em 7 de fevereiro de 1996 com Concorde de matrícula G-BOAD da British Airways, pilotado pelo comandante Leslie Scott, o primeiro oficial sênior Tim Orchard e o oficial sênior de engenharia Rick Eades. Na ocasião, eles conseguiram estabelecer um recorde mundial ao percorrer os 6.035 kmentre Nova York e Londres, cruzando o Atlântico, em 2 horas 52 minutos 59 segundos.

Este recorde foi possível graças à perícia da tripulação que aproveitou a “corrente de jato” – uma faixa estreita de ventos na direção oeste – na subida e na descida, além de entrar em contato e coordenar com o controle de tráfego aéreo para minimizar qualquer atraso na decolagem ou no pouso.

Por fim, outra curiosidade é que a tripulação decidiu não contar aos passageiros sobre a tentativa, apenas para o caso de não terem sucesso. No final, o Concorde G-BOAD conseguiu o recorde e a tripulação informou aos passageiros e à tripulação de cabine, momento que todos celebraram a bordo.

O avião ainda pode ser visitado no Intrepid Sea, Air and Space Museum de Nova York, onde o chapéu de um engenheiro de vôo ainda está preso entre dois painéis, empurrado para lá durante o vôo supersônico. O Concorde foi um símbolo de sucesso para a engenharia moderna, superando as expectativas e mostrando o que é possível quando duas nações trabalham juntas. O avião marcou um momento único na história e seu legado ainda reverbera hoje.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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