A contragosto, aeroporto da Boeing voltará a receber voos de deportados

O aeroporto mais central de Seattle voltará a ter voos de deportados em breve, após uma vitória na justiça pelo governo americano.

Foto por Bernstea

A primeira sede e fábrica da Boeing e hoje centro de entrega do 737, além dos aviões militares derivados de projetos civis, o Boeing Field é um dos aeroportos mais históricos da aviação mundial.

Administrado pelo Condado de King, onde fica Seattle, o local proibiu em 2019 os voos de deportados, num decreto executivo de Dow Constantine, administrador do condado e do Partido Democrata, que é bastante crítico das políticas americanas mais extremas com imigrantes, que incluem a deportação.

No entanto, na última quinta-feira, um juiz federal derrubou o decreto e permitiu que os voos de deportados voltem a sair do Boeing Field. O aeroporto é preferido pelo ICE (Polícia de Imigração e Fronteira) por ser mais vazio que o SeaTac, o principal do estado, e ainda estar próximo do grande centro de detenção em Tacoma, cidade ao sul da região metropolitana de Seattle.

Segundo reporta o site Aviation Pros, o juiz federal Robert Bryan alegou que o decreto era ilegal e inválido, já que violaria os termos de concessão que o governo federal fez ao condado quando passou para ele a administração do aeroporto em 1948. O decreto estaria criando uma discriminação contra um órgão federal e seus contratados (aéreas terceirizadas que fazem os voos de deportados).

Já Constantine alegou que o decreto não é ilegal, já que não impede o pouso e a operação dos voos da ICE no local, mas impede que os FBO (empresas que oferecem hangaragem, combustível e suporte de voo) registradas na cidade atendam os voos de deportação.

“Se o governo federal insiste em usar nosso aeroporto público para interesses que vão contra os valores do Condado, o público tem o direito de saber. O decreto protegeu isso durante os dias obscuros do governo Trump”, afirmou o político.

De qualquer maneira, não é garantido que os voos voltem, seja por decisão da própria ICE ou por opção dos próprios FBO de recusarem serviço, algo garantido por lei a todos os americanos e suas empresas.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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