Os trabalhadores da Flybondi e JetSMART, agrupados nas respectivas associações sindicais, ATAF e ASTJ, emitiram hoje (12) um comunicado em que se manifestam fortemente contra a política aérea comercial do governo, que dizem “privilegiar alguns e violar a liberdade dos cidadãos”. Sendo projetado para “perpetuar privilégios de um punhado de funcionários de plantão e sindicalistas com práticas retrógradas destrutivas de fontes de trabalho”.
Segundo o documento, acessado pelo site parceiro Aviacionline, os funcionários dizem que o governo parece atuar para “levar à destruição das companhias aéreas de baixo custo”, os trabalhadores elencaram a concorrência desleal “favorecendo a transportadora de bandeira com subsídios absolutamente loucos” e colocando barreiras para que as outras não pudessem trabalhar com eficiência; aplicando medidas para aumentar o custo; impondo faixas tarifárias para tornar as passagens mais caras e “eliminar a livre concorrência, prejudicando os que menos podem economicamente e ajudando a destruir as economias regionais”.
Mencionaram também a fixação de taxas aeroportuárias onerosas; promoção de acordos coletivos por atividade que “não nos representa em nada e cujo único objetivo é gerar condições de trabalho inviáveis para Flybondi e JetSMART que levem ao seu encerramento”, destacando que souberam negociar acordos durante a pandemia que permitiram a manutenção dos empregos; e o impedimento da entrada de trabalhadores de rampa no Aeroporto Jorge Newbery, o que obrigou 38 funcionários a se deslocarem para outras bases.
Essas “medidas destrutivas”, explicaram eles, fizeram com que a LATAM Argentina “fosse expulsa do país e deixasse 1.715 famílias na rua”, que “cada vez menos passageiros pudessem viajar de avião” e que “a liberdade sindical dos trabalhadores fosse violada”.
Diante disso, eles não descartaram convocar uma mobilização para que o governo ouça suas reivindicações em defesa de seus empregos e faça cessar os “abusos contra os trabalhadores da Flybondi e JetSMART”, além de conscientizar a sociedade sobre os “danos que já estão causando com impostos abusivos e imorais para sustentar subsídios obscenos, e que agora vão impor passagens aéreas mais caras e inviáveis; tudo em benefício de poucos e exclusivamente para a transportadora de bandeira que consome mais de US$ 700 milhões por ano”.
“Estamos orgulhosos do nosso trabalho, de poder oferecer diariamente uma verdadeira alternativa aos passageiros, para que cada dia mais argentinos possam voar num verdadeiro sentido de justiça social para aqueles que menos podem economicamente e que, pela primeira vez, conseguiram acessar o transporte por via aérea”, concluíram.
Flybondi e JetSMART somaram quase um terço do mercado argentino de cabotagem (voos domésticos) em 2021. Segundo dados preliminares obtidos pelo Aviacionline através da Administração Nacional de Aviação Civil, entre janeiro e dezembro a Flybondi mobilizou 878 mil passageiros domésticos (14% do mercado) e a JetSMART 848 mil passageiros (13% do mercado). Aerolíneas Argentinas manteve a liderança com 72% do mercado, tranportando 4,31 milhões de passageiros.