A primeira companhia aérea do mundo movida a hidrogênio quer revolucionar o transporte aéreo

Dale Vince, o visionário fundador da Ecotricity, anunciou um projeto que promete transformar a indústria aérea: a Ecojet, primeira companhia aérea movida a hidrogênio do mundo. Com data de lançamento prevista para 2024, este conceito procurará revolucionar o transporte aéreo e reduzir significativamente as emissões de carbono.

Em seu primeiro ano de operação, o Ecojet utilizará combustível de aviação convencional, enquanto os processos de certificação dos motores movidos a hidrogênio são finalizados, informou o Aviacionline

Uma vez obtidas as respectivas licenças e autorizações da autoridade de aviação civil britânica, a nova companhia aérea operará voos entre Edimburgo e Southampton, em aeronaves com capacidade para 19 passageiros. Essas aeronaves, movidas pelo sistema de propulsão de 600 kW da ZeroAvia, demonstrarão a viabilidade da tecnologia de hidrogênio verde no setor de aviação.

Em sua conta no Twitter, Vince enfatizou que a eletricidade usada para alimentar os voos da Ecojet virá exclusivamente de fontes renováveis, como energia eólica e solar. Desta forma, os voos serão livres de emissões de carbono e contribuirão significativamente para a luta contra as alterações climáticas.

Quanto ao processo de obtenção do hidrogênio verde, detalhes específicos ainda não foram fornecidos. No entanto, a Ecotricity disse à Hydrogen Insight que experimentou a produção de hidrogênio como parte da iniciativa Skydiamond de Vince. Esta iniciativa visa produzir diamantes a partir do dióxido de carbono presente no ar, sugerindo que estão a ser exploradas tecnologias inovadoras para a obtenção de hidrogénio limpo e sustentável.

Antes da transição completa para o hidrogênio, a Ecojet realizará voos de teste usando motores convencionais. Isso permitirá garantir a eficiência e segurança dos equipamentos e também identificar locais de pouso adequados para adaptação ao hidrogênio.

O impacto potencial da Ecojet na indústria da aviação é significativo. Apoiada na certificação dos motores a hidrogénio e na aposta na energia verde, esta iniciativa marcará um importante avanço na descarbonização do transporte aéreo, um passo crucial na luta contra as alterações climáticas.

A ZeroAvia, fabricante dos motores, já demonstrou a eficiência de seu sistema de propulsão de 600 kW em testes realizados no Dornier 228 de 19 lugares. Além disso, a empresa recebeu 1.500 pedidos em todo o mundo para o modelo ZA600 e está trabalhando em um modelo ainda mais potente de 2,4 MW, que planeja testar na aeronave Bombardier CRJ-700 de 78 lugares.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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