Air Zimbabwe comemora estreia de voos regulares com jato Embraer ERJ-145

A Air Zimbabwe retomou, nessa semana, os voos depois de ter ficado em terra durante a maior parte do ano passado devido ao COVID-19 e a desafios operacionais. A outra notícia boa para a empresa é que seu jato Embraer ERJ-145 (Z-WPQ) finalmente será colocado nos serviços domésticos da empresa.

A empresa tuitou uma foto do jato de passageiros da Embraer depois que ele pousou em Victoria Falls. Com ele, serão realizados voos de Harare para Victoria Falls, via Bulawayo, quatro vezes por semana.

A companhia aérea, que está sobrecarregada com enormes dívidas, suspendeu seus voos domésticos no ano passado devido às restrições de viagens da COVID-19. Em março, o governo lançou uma campanha de vacinação em Victoria Falls para criar imunidade coletiva e encorajar os turistas a voltar. Outras companhias aéreas, como Fastjet e Airlink, já retomaram os voos para a cidade resort.

O Embraer ERJ-145, de 50 lugares, já está no Zimbábue há dois anos, mas apenas fez alguns poucos voos no ano passado por conta de imbróglio envolvendo a aeronave e a decisões estratégicas equivocadas dos últimos governos.

O rolo

A aeronave foi adquirida em 2019 de uma empresa dos Estados Unidos pela Zimbabwe Airways, uma companhia aérea criada “meio que secretamente” pelo governo anterior, como forma de voltar a ter crédito no mercado. Essa manobra foi tentada, uma vez que, àquele momento, a Air Zimbabwe navegava em dívidas milionárias havia muitos anos e isso lhe cortara o crédito, inclusive com aeroportos e lessores, impedindo-a de conseguir aviões.

Mas o plano da Zimbabwe Airways não vingou, houve inúmeros escândalos de corrupção e tudo foi cancelado. Então, o governo atual decidiu colocar um pouco de esforço para regularizar a situação da Air Zimbabwe.

De volta ao Embraer

A Air Zimbabwe, como nova proprietária do Embraer, teve que obter a certificação Know-Your-Customer (KYC) da Embraer, um processo que procura demonstrar a capacidade de uma companhia aérea em manter e operar a aeronave. O processo foi adiado pelas suspeitas do Tesouro dos Estados Unidos de lavagem de dinheiro na transação original, quando a Zimbabwe Airways comprou a aeronave.

O processo foi regularizado apenas em 2020 e, então, veio a pandemia e atrasou ainda mais a entrada em serviço do jato Embraer.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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