Airbus diz que rachaduras nas asas do A380 da Emirates não são problema de segurança

A fabricante europeia Airbus informou que as rachaduras nas longarinas de alguns dos A380 mais antigos da Emirates não são um problema de segurança. A nota chegou como resposta, depois que o CEO da companhia aérea árabe informou ao Aviation Week que havia parado quatro unidades do avião, após encontrar o defeito.

Procurado pelo site suíço CH-Aviation, o porta-voz da Airbus, Stefan Schaffrath, disse: “Não é uma questão de segurança. A operação da frota A380 não está comprometida, pois as inspeções obrigatórias e quaisquer reparos necessários fazem parte do processo normal de aeronavegabilidade ao longo do ciclo de vida de uma aeronave”.

Schaffrath se refere a uma Diretriz de Aeronavegabilidade (AD) da EASA datada de 31 de agosto de 2022, como atualização de outra DA de 2019, que cita a ocorrência de rachaduras em algumas áreas da asa em aviões, sendo uma condição que, se não for detectada e corrigida, pode reduzir a integridade estrutural da asa. A DA também traz as medidas que devem ser tomadas pela empresas aéreas que operam o A380.

O problema afeta a junção inferior da longarina traseira externa entre as nervuras de número 33 e 49, e também na longarina interna dianteira, entre as nervuras 8 e 14, e por fim nas longarinas externas dianteiras entre as nervuras 38 e 49.

A DA atual determina que as aeronaves devem ser inspecionadas 12,5 anos após a data de montagem da caixa da asa. A Airbus, por sua vez, diz que as inspeções das asas levam cerca de uma semana e podem ser realizadas internamente pelas companhias aéreas. As peças afetadas podem ser reparadas por meio de reforços locais ou substituídas. 

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias