Airbus explica a segurança dos pousos com os modernos sistemas de precisão 3D baseados em satélite

Imagem: Airbus

Aviões comerciais e helicópteros modernos têm a capacidade de operar com segurança em aeroportos e heliportos com precisão 3D, independentemente da infraestrutura terrestre.

Isso é possível graças aos sistemas globais de navegação por satélite, que podem fornecer aos pilotos sua posição GPS vertical e horizontal (lateral) aumentada com a posição SBAS (sistema de aumento baseado em satélite) durante as aproximações de pouso.

Diante disso, a Airbus apresenta algumas explicações básicas mas bastante interessantes sobre o funcionamento destes sistemas.

Operações baseadas em satélite “Point-in-Space” para helicópteros

Assim como os pilotos de asa fixa, os pilotos de helicóptero geralmente precisam lidar com desafios relacionados à meteorologia e ao terreno em suas operações. Para resolver isso, uma forma de tecnologia GPS agora permite o design de procedimentos específicos de aproximação e partida, conhecidos como Ponto no Espaço (“Point-in-Space” – PinS).

Esses procedimentos específicos para helicópteros incluem um segmento visual quando próximo ao aeroporto ou heliporto, bem como um segmento Regras de Voo Visual (“Visual Flight Rules” – VFR) ou um segmento Regras de Voo por Instrumentos (“Instrument Flight Rules” – IFR) quando mais longe do aeroporto ou heliporto.

O PinS também aproveita as capacidades de manuseio de baixa velocidade de um helicóptero.

Imagem: Airbus

Uma grande vantagem da tecnologia PinS é que ela fornece orientação horizontal e vertical precisa em espaços aéreos “controlados” ou “não controlados” e independentemente da infraestrutura terrestre do heliporto local, graças ao GPS aprimorado com SBAS. Isso aumenta muito a acessibilidade a heliportos cercados por edifícios ou terrenos, por exemplo.

Além disso, por ser um procedimento “IFR”, o PinS resulta em menos interrupções de voo, ao mesmo tempo em que oferece maior grau de segurança durante aproximações e decolagens em condições visuais degradadas.

“Sistema de Pouso por Satélite” para aviões comerciais

As mesmas constelações de satélites – coletivamente conhecidas como Sistemas Globais de Navegação por Satélite (“Global Navigation Satellite Systems” – GNSS) – sendo usadas pelo PinS descrito acima, também permitem aproximações de pouso guiadas por satélite 3D (ou seja, com orientação horizontal e vertical) para companhias aéreas e operadores de aviação geral que voam aeronaves de asa fixa de todos os tamanhos.

Por seu lado, a Airbus introduziu progressivamente uma nova função de cockpit chamada Sistema de Pouso por Satélite (“Satellite Landing System” – SLS), que permite aos pilotos realizar aproximações precisas em aeroportos, sem a necessidade de sistemas adicionais baseados em solo, como um Sistema de Pouso por Instrumentos (“Instrument Landing System” – ILS).

O SLS também significa que aeronaves equipadas não precisam contar com seus próprios altímetros barométricos (que são baseados na pressão do ar) como base para sua previsão de trajetória de descida (“glideslope”). Isso é possível porque o SLS melhora a precisão e a confiabilidade das informações do GPS graças às correções de sobreposição que a aeronave recebe do SBAS. Essas correções permitem uma orientação vertical da aeronave com base na altitude geométrica.

Imagem: Airbus

Assim como a tecnologia PinS para helicópteros, o SLS é benéfico para aeronaves comerciais de asa fixa ao operar em aeroportos que não são equipados com orientação ILS e especialmente em condições de baixa visibilidade e/ou com terreno circundante ou outros obstáculos.

O SLS entrou em serviço pela primeira vez na Europa com o A350 em 2014 e agora também está disponível nas famílias A220, A320, A330 e A380.

Semelhante em precisão e interação com o piloto como o atual ILS

Em termos de precisão, o SLS é semelhante ao tradicional sistema ILS terrestre, embora por enquanto o SLS possa guiar a aeronave até o que chamamos de “CAT1” – ou seja, a 200 pés (61 metros) acima do solo, de onde o piloto geralmente pode ver a pista.

Além disso, para muitos aeroportos secundários sem ILS, os pilotos em tempos anteriores não seriam capazes de pousar lá em condições de visibilidade mais baixa, e precisariam desviar para um aeroporto alternativo com melhor visibilidade. Agora, com o SLS, eles podem continuar com segurança para o destino originalmente pretendido – mesmo se o tempo piorar, desde que os pilotos possam ver a pista quando atingirem os mínimos de 200 pés.

Adicionalmente, uma vez que o design da função SLS está totalmente integrado à arquitetura de exibição do cockpit, foi possível torná-lo muito amigável ao piloto. O resultado é que com o SLS os pilotos não precisam mudar a forma como pilotam a aeronave, porque a simbologia de orientação apresentada no cockpit, na Exibição Primária de Voo (“Primary Flight Display” – PFD), é exatamente igual ao que eles já estão acostumados para uma aproximação ILS.

Imagem: Airbus

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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