Airbus já estuda fazer uma versão MRTT do modelo A330neo

A Airbus Defence & Space iniciou os estudos de redução para a futura versão Multi-Role Tanker Transport (MRTT) baseada no A330neo, que poderia começar a ser oferecida no final da década.

Avião Airbus A330-900 A330neo
Imagem: Anna Zvereva / CC BY-SA 2.0 via Wikimedia

Embora até agora os MRTT produzidos tenham sido baseados em células do A330-200ceo, de geração anterior, e a Airbus tenha negado planos imediatos para modificar seus novos A330neo para esta versão, as linhas de produção estão se voltando para o modelo mais recente. Assim, a unidade de Defesa da Airbus estaria ajustando seus planos, como reporta o portal parceiro Aviacionline.

Hoje estamos pensando no Neo“, disse María Ángeles Martí, chefe do programa MRTT, a jornalistas em um evento perto de Huelva, na Espanha.

O A330-200 é fabricado em Toulouse como um jato comercial comum, mas antes da colocação dos assentos é enviado para a Espanha para as modificações necessárias que permitem o avião levar mais carga no deck principal e fazer reabastecimento aéreo. A Força Aérea Brasileira está na fila para esta conversão feita em Huelva, e deve enviar os dois KC-30 que possui até ano que vem.

Do A330-200, agora apenas um punhado de unidades novas estão sendo produzidas para a versão MRTT (embora muitos clientes prefiram comprar aeronaves comerciais usadas para transformá-las como a FAB fez), tornando o passo para o A330neo natural.

“É por isso que estamos trabalhando em paralelo para derivar completamente esse desenvolvimento e ter a confiança de oferecer a plataforma depois que essas unidades forem vendidas“, afirmou Martí.

As principais diferenças entre as variantes Ceo e Neo do A330 são os motores Rolls-Royce Trent 7000 deste último, uma nova asa mais flexível e uma atualização na aviônica. A Airbus Defence & Space está estudando, entre outras coisas, o impacto e a viabilidade de instalar o sistema de reabastecimento por mangueira e cesto na nova asa.

A Airbus ainda não começou a oferecer a variante MRTT baseada no Neo no mercado, mas essa situação pode mudar em breve: “Ainda não entramos no mercado, mas vamos começar muito em breve“, afirmou Martí.

A maior economia de combustível oferecida pelos motores Trent 7000 e a tecnologia atualizada do Neo podem ser argumentos muito atraentes para os clientes em potencial. Os futuros MRTT podem vir com a tecnologia de reabastecimento de combustível em voo automático A3R, desenvolvida pela Airbus, já integrada. “Estamos até pensando em integrar a tecnologia A3R na aeronave de série”, conclui Martí.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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