A Airbus relatou hoje seus resultados financeiros consolidados do ano fiscal de 2023 e suas perspectivas para os resultados de 2024, indicando que obteve resultado líquido positivo de € 3,8 bilhões ao encerrar o último ano. O valor representa uma que de 10% sobre o resultado líquido de 2022.
“Em 2023 registamos uma forte entrada de encomendas em todos os nossos negócios e cumprimos os nossos compromissos. Esta foi uma conquista significativa dada a complexidade do ambiente operacional”, disse Guillaume Faury, CEO da Airbus.
“Continuaremos a investir no nosso sistema industrial global, ao mesmo tempo que avançamos na nossa jornada de transformação e descarbonização. As nossas propostas de dividendos são um reflexo dos fortes resultados financeiros de 2023, das nossas perspectivas de crescimento em 2024 e da solidez do balanço”, completou o executivo.
Os pedidos brutos de Aeronaves Comerciais totalizaram 2.319 (Em 2022, foram 1.078 aeronaves) com pedidos líquidos de 2.094 aeronaves após cancelamentos (2022: 820 aeronaves). Com isso, a carteira de pedidos totalizava 8.598 aeronaves comerciais no final de 2023.
A Airbus Helicopters registrou 393 pedidos líquidos (2022: 362 unidades), que foram bem distribuídos entre os programas e correspondem a uma relação book-to-bill acima de 1, tanto em unidades quanto em valor.
A entrada de encomendas da Airbus Defence and Space por valor aumentou 15%, para 15,7 bilhões de euros (2022: 13,7 bilhões de euros), correspondendo a um book-to-bill de cerca de 1,4 por valor. Os pedidos do quarto trimestre incluíram 16 aeronaves C295 para a Espanha.
No total entre todos os segmentos, a entrada de encomendas consolidadas por valor aumentou para 186,5 bilhões de euros (2022: 82,5 bilhões de euros) com a carteira de encomendas consolidada avaliada em 554 bilhões de euros no final de 2023 (final de 2022: 449 bilhões de euros). O aumento no valor da carteira consolidada reflete principalmente o book-to-bill de toda a empresa bem acima de 1, parcialmente compensado pelo enfraquecimento do dólar americano.
As receitas consolidadas aumentaram 11% em termos anuais, para 65,4 bilhões de euros (2022: 58,8 bilhões de euros).
Foram entregues 735 aeronaves comerciais (2022: 661 aeronaves), sendo 68 A220, 571 da Família A320, 32 A330 e 64 A350. As receitas geradas pelas atividades de aeronaves comerciais da Airbus aumentaram 15%, refletindo principalmente o maior número de entregas.
As entregas da Airbus Helicopters permaneceram estáveis em 346 unidades (2022: 344 unidades), com as receitas aumentando 4%, refletindo o desempenho geral de programas e serviços.
As receitas da Airbus Defence and Space aumentaram 2%, impulsionadas principalmente pelos Sistemas Aéreos Militares e pela Inteligência Conectada, compensadas por algumas estimativas atualizadas na conclusão de determinados programas espaciais. Foram entregues 8 aviões de transporte militar A400M (2022: 10 aeronaves).
O EBIT consolidado ajustado foi de 5,838 bilhões de euros (2022: 5,627 bilhões de euros). Esta é uma medida de desempenho alternativa e um indicador-chave que captura a margem comercial subjacente, excluindo encargos ou lucros materiais causados por movimentos em provisões relacionadas a programas, reestruturação ou impactos cambiais, bem como ganhos/perdas de capital decorrentes da alienação e aquisição de negócios.
O EBIT ajustado relacionado com as atividades de Aeronaves Comerciais da Airbus aumentou para 4,818 bilhões de euros (2022: 4,600 bilhões de euros), refletindo o aumento das entregas e uma taxa de cobertura mais favorável, parcialmente compensada por investimentos para preparar o futuro. O exercício de 2022 incluiu os impactos positivos não recorrentes das obrigações de reforma e tópicos relacionados com o compliance, parcialmente compensados pelo impacto resultante das sanções internacionais contra a Rússia, enquanto no primeiro semestre de 2023 foram libertadas provisões no valor de 0,1 bilhão de euros provenientes de tópicos relacionados com o compliance.
A aceleração do programa A220 continua rumo a uma taxa de produção mensal de 14 aeronaves em 2026, com foco na maturidade industrial e no desempenho financeiro do programa.
No programa da Família A320, a produção está progredindo bem em direção à taxa anunciada anteriormente de 75 aeronaves por mês em 2026. Em 2023, foi iniciada a construção da segunda capacidade de montagem final do A320 em Tianjin (China) e Mobile (EUA) e a nova linha de montagem final da família A320 em Toulouse entregou sua primeira aeronave em dezembro. O primeiro A321XLR comercial entrou na linha de montagem final em dezembro, com a entrada em serviço do tipo de aeronave prevista para ocorrer no terceiro trimestre de 2024.
Nas aeronaves widebody (fuselagem larga), a Airbus segue rumo a uma taxa mensal de produção de 4 aeronaves para o A330 em 2024 e de 10 em 2026 para o A350.
O EBIT ajustado da Airbus Helicopters aumentou para 735 milhões de euros (2022: 639 milhões de euros), refletindo o forte desempenho em programas e serviços. O ano fiscal de 2022 também incluiu elementos não recorrentes positivos líquidos.
O EBIT ajustado na Airbus Defence and Space diminuiu para 229 milhões de euros (2022: 384 milhões de euros). A diminuição reflete encargos de 0,6 bilhão de euros resultantes da atualização das estimativas de conclusão de determinados programas espaciais, parcialmente mitigados pelo desempenho do resto do negócio. O ano fiscal de 2022 incluiu alguns elementos não recorrentes, nomeadamente a perda de dois satélites Pleiades Neo.
No programa A400M, as atividades de desenvolvimento continuam no sentido de alcançar o roteiro de capacidade revisado. As atividades de retrofit estão progredindo em estreita sintonia com o cliente. Em 2023, foi realizada uma atualização adicional da estimativa do contrato na conclusão e registado um encargo líquido de 41 milhões de euros. Subsistem riscos na qualificação das capacidades técnicas e nos custos associados, na confiabilidade operacional das aeronaves, nas reduções de custos e na garantia do volume global, de acordo com a base de referência revista.
As despesas consolidadas de I&D autofinanciadas totalizaram 3,257 bilhões de euros (2022: 3,079 bilhões de euros).
O EBIT consolidado (reportado) foi de 4,603 bilhões de euros (2022: 5,325 bilhões de euros), incluindo ajustes líquidos de -1,235 bilhão de euros.
Esses Ajustes compreenderam:
-1,030 bilhão de euros relacionados ao descasamento do capital de giro em dólar e reavaliação do balanço, dos quais -224 milhões de euros foram no quarto trimestre. Isto reflete principalmente o impacto do faseamento decorrente da diferença entre a data da transação e a data de entrega;
-89 milhões de euros relacionados com a transformação de Aeroestruturas, dos quais -32 milhões de euros foram no quarto trimestre;
-41 milhões de euros relacionados com o programa A400M, dos quais -41 milhões de euros foram no quarto trimestre;
-75 milhões de euros de outros custos, incluindo conformidade, dos quais -19 milhões de euros ocorreram no quarto trimestre.
O resultado financeiro foi de 166 milhões de euros (2022: -250 milhões de euros). Reflete principalmente um impacto positivo da reavaliação de certos investimentos de capital.
O lucro líquido consolidado foi de 3,789 bilhões de euros (2022: 4,247 bilhões de euros), com lucros por ação reportados consolidados de 4,80 euros (2022: 5,40 euros).
O fluxo de caixa livre consolidado antes de fusões e aquisições e financiamento a clientes foi de 4,386 bilhões de euros (2022: 4,680 bilhões de euros), refletindo principalmente o nível de entregas de aeronaves comerciais, bem como o forte desempenho em todos os negócios.
O fluxo de caixa livre consolidado de 3,885 bilhões de euros (2022: 4,324 bilhões de euros) incluiu -65 milhões de euros para atividades de fusões e aquisições e -436 milhões de euros de financiamento de clientes, principalmente relacionados com a execução planejada de certas obrigações contratuais.
A posição bruta de caixa situou-se em 25,3 bilhões de euros no final de 2023 (final do ano de 2022: 23,6 bilhões de euros), com uma posição de caixa líquida consolidada de 10,7 bilhões de euros (final do ano de 2022: 9,4 bilhões de euros).
O Conselho de Administração irá propor o pagamento de um dividendo de 2023 de € 1,80 por ação (2022: € 1,80 por ação) e um dividendo especial de € 1,00 por ação na Assembleia Geral Anual de 2024 que será realizada em 10 de abril de 2024. A data de pagamento proposto é 18 de abril de 2024.
Perspectivas
Para a sua perspectiva para 2024, a Airbus não assume quaisquer perturbações adicionais na economia mundial, no tráfego aéreo, na cadeia de abastecimento, nas operações internas da Empresa e na sua capacidade de fornecer produtos e serviços. Além disso, a perspectiva da Companhia para 2024 é anterior a fusões e aquisições.
Com base nisso, a Companhia tem como meta alcançar em 2024:
– Cerca de 800 entregas de aeronaves comerciais;
– EBIT Ajustado entre € 6,5 bilhões e € 7,0 bilhões; e
– Fluxo de Caixa Livre antes do Financiamento ao Cliente de cerca de 4,0 bilhões de euros.
Informações da Airbus
