A Airbus atingiu marcos importantes no mês de novembro, segundo dados da fabricante francesa que foram divulgados nesta semana.
Em mais um mês de alto volume de pedidos com mais 222 aeronaves comerciais encomendadas, cobrindo os membros da família A320neo, A330neo e A350 XWB de sua linha de produtos, a Airbus ultrapassou a expressiva marca de 20 mil aeronaves em encomendas desde sua fundação.
O crescimento dos negócios foi impulsionado por anúncios durante o Dubai Airshow de 2019, incluindo o pedido firme da Air Arabia para 120 aeronaves da família A320neo, compreendendo 73 unidades do A320neo, 27 do A321neo e 20 do A321XLR de longo alcance.
Também foi destaque em Dubai o contrato de compra da Emirates Airline para 50 aeronaves A350-900, juntamente com um pedido firme da flynas, a primeira companhia aérea de baixo custo da Arábia Saudita, para 10 A321XLR.
Outras encomendas de novembro envolveram 16 aeronaves A330-900 a para Cebu Pacific, 10 A330-900 para a CIT Leasing e uma inesperada adição de quatro aeronaves A330neo na versão A330-800 para um cliente não identificado.
A conclusão dos novos negócios do mês se deu com o pedido da easyJet para 12 aeronaves A320neo adicionais, elevando o número total de pedidos de aeronaves da Airbus para 20.058 desde a sua criação.
A agonia do A330-800
O A330-800 é a menor versão dos dois modelos da família A330neo, mas só havia conseguido 10 encomendas até então. Enquanto o irmão maior tem feito sucesso no número de compras e nas companhias em que já entrou em serviço, o -800 sofreu com o cancelamento de pedido da Hawaiian Airlines e segue a passos lentos.
Apenas a Kuwait Airways, com 8 unidades, e a Uganda Airlines, com 2 unidades, permanecem com encomendas abertamente conhecidas.
Em meados de agosto, a Garuda Indonesia havia divulgado em seu relatório a investidores a pretensão de encomendar o A330-800, mas não houve nenhuma confirmação formal por parte da companhia aérea ou da Airbus, portanto não há como garantir que as quatro unidades adicionais são da Garuda.
As duas variantes do A330neo são muito semelhantes, e talvez semelhantes demais, o que tem refletido em sua fraca carteira de pedidos. Com um alcance de 8.150 milhas náuticas, o A330-800 acomoda de 220 a 260 passageiros em três classes de serviço – em comparação, o A330-900 de fuselagem mais longa pode acomodar entre 260 e 300 assentos em um layout típico de três classes e tem um alcance de cerca de 7.200 milhas náuticas.
Assim, o A330-800 não tem nenhuma vantagem real de escala no -900, apenas um alcance adicional – mas nada significativo para diferenciá-lo de seu irmão mais velho. Por um preço e compromisso semelhantes, o -900 pode acomodar 50 passageiros a mais e possui um valor residual geral melhor.
Enquanto a Airbus argumenta que o A330-800 é um substituto direto para o A330-200, muitos A330-200 estão longe da idade da aposentadoria. E mesmo assim, várias companhias aéreas estão optando por ‘atualizar’ para a variante A330-900, um pouco maior, dados os recursos econômicos e de capacidade de assentos semelhantes.
“Ninguém quer receber um avião com uma base de clientes muito fraca. Já vimos isso antes na história. No entanto, para o A330-800, sua base de clientes não é muito fraca, é praticamente inexistente”, disse um executivo sênior de uma companhia aérea à Aviation Analyst no Sudeste Asiático. “É uma aeronave excelente, mas não precisamos oferecer duas da mesma coisa, e dissemos isso à Airbus durante a campanha de vendas”, acrescentou.
