Alitalia, ou o que sobrou dela, iniciará procedimento de demissão massiva para redução de quadro

A Alitalia comunicou aos sindicatos e aos ministérios do Trabalho, Transportes e Made in Italy que iniciará um procedimento de demissão. A empresa afirmou que não consegue recontratar os trabalhadores atualmente licenciados e que isso resultará em demissões de 2.668 pessoas que estavam em um programa de suspensão temporária do contrato de trabalho (CIG).

Segundo a mídia italiana, Salvatore Pellecchia, secretário-geral da Fit-Cisl, expressou sua surpresa e descontentamento com a decisão, destacando o crescimento do mercado de transporte aéreo italiano nos primeiros dias de novembro, com um aumento de 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 4,2% em comparação com o terceiro trimestre de 2019.

Ele afirmou que é incompreensível que, em um momento de recuperação significativa do setor de transporte aéreo, os funcionários estejam sendo demitidos.

Pellecchia pediu que os trabalhadores tenham suas certificações aeronáuticas mantidas e que o programa de licenças seja estendido pelo menos até a realocação, que se espera que aconteça até 2025 com base nos dados de tráfego e nos planos industriais da ITA Airways, criada como empresa independente para suceder a Alitalia, com a aquisição de novas aeronaves.

Ele também criticou os cortes significativos nas indenizações e destacou que os despedimentos são um desprezo descoordenado pelos trabalhadores que dedicaram décadas à empresa e garantiram suas operações. Pellecchia afirmou que solicitará uma reunião com os ministérios relevantes e instará os proprietários a reconsiderarem o processo de demissão iniciado pelos comissários da empresa.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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