A Antonov Airlines, empresa ucraniana de aviação de carga pertencente à fabricante aeronáutica de mesmo nome, está enfrentando obstáculos para materializar a absorção para sua frota de quatro aviões de carga paralisados no Canadá e na Alemanha.
O Canadá deu o precedente há algumas semanas, aprovando leis para autorizar apreensão de ativos russos, mas ainda não conseguiu avançar com o processo de confisco e nem cessão da aeronave à Antonov. Além disso, a Alemanha se juntou ao recém-formado registro internacional de danos devido à invasão russa, mas também não há leis que permitam a apreensão de bens.
Dois aviões Antonov estão paralisados no aeroporto de Toronto desde o final de fevereiro, acumulando $ 560.000 em taxas de estacionamento. Outros estão presos no aeroporto de Leipzig, na Alemanha.
A Antonov, na condição de fabricante do equipamento, aponta para as certificações de voo russas como fraudulentas, isto é, não reconhecendo a aeronavegabilidade das aeronaves, e diz que isso impõe um risco à segurança aérea que só ela pode corrigir. No entanto, o confisco continua encontrando obstáculos por meio do sistema judicial, atrasando o processo de apreensão.
Embora a lei do Canadá dê aos países que sofreram invasões danosas o direito de recuperar ativos, os tribunais ainda precisam tomar uma decisão, detalha uma matéria do jornal ucraniano Pravda.
Iryna Mudra, vice-ministro da Justiça da Ucrânia, argumenta que “precisamos de um mecanismo mais universal para conseguir que a Rússia pague pelos danos causados. Os confiscos seletivos caso a caso são difíceis. A lei do Canadá é uma ótima ferramenta para a Ucrânia”, disse ela.
A Antonov atualmente opera cinco aviões An-124 em fretamentos gerais e para a OTAN. Eles estão baseados em Leipzig, apesar das sanções contra a Rússia. Os aviões confiscados permitiriam à empresa expandir o alcance de suas atividades e realizar missões de transporte em grande escala para a OTAN.
Por fim, a Antonov está tentando encontrar formas de reconstruir seu icônico avião An-225 Mriya, que foi o maior avião comercial do mundo, mas acabou destruído nos primeiros dias da invasão da Rússia.